sexta-feira, 28 de novembro de 2008

SANTA CATARINA:TRAGÉDIA ANUNCIADA?

Nos últimos dias nós temos acompanhado pelas televisões e jornais a ampla tragédia ambiental que ocorre na região do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Nem precisamos mencionar os mais de 70.000 desalojados e os mais de 100 mortos com as enchentes e desabamentos que têm ocorrido nas cidades da região. Nem mesmo podemos deixar de nos solidarizar com todas estas vítimas. Vítimas tanto das chuvas quanto da falta de planejamento urbano por parte das autoridades, ao longo de décadas.

Seria esta uma tragédia anunciada? Acredita-se que sim, e não é de hoje. É claro que há o agravante do aquecimento global, que desequilibra o clima em todo o planeta. Já afirma-se que as chuvas deste ano na região de Blumenau estão em um volume recorde, acima de todas as medições anteriores.

Sabe-se também que todo o Vale do Itajaí está muito próximo ao nível do mar, e aquela região, em épocas remotas, já foi toda ocupada pelo mar, ficando, ao longo de milênios, o rio Itajaí-Açú como principal curso d´água. Portanto, o local que a água tenta ocupar já, digamos assim, foi dela. E todo rio possui uma área inundável a sua volta, conforme o volume de chuvas. O mesmo princípio pode ser aplicado, por exemplo, ao rio Tietê, em São Paulo (e foram fazer grandes aveninas justamente na área de inundação natural em volta do rio).

O Vale do Itajaí foi um dos principais vetores de ocupação de Santa Catarina. E ao longo de seu curso estabeleceram-se prósperas cidades, fundadas principalmente por alemães. Mas, a dinâmica das águas dali já era conhecida de habitantes bem anteriores aos alemães, que chegaram somente no século XIX. Outro dia, conversando com um professor da faculdade de arquitetura da UFSC, por coincidência especializado na história do Vale do Itajaí, ele contou que, ao chegar na região nos anos 1840, o Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, ele fora alertado por um caboclo que residia no local que a área onde hoje está erguida a cidade que leva seu nome era extremamente alagável. O caboclo até sugeriu um outro local próximo, mas o Dr. Blumenau não quis ouvi-lo... nada contra a engenharia alemã, que é das mais avançadas do mundo. Inclusive hoje em dia a Alemanha refloresta as margens de seus rios, devolvendo a eles sua dinâmica natural. Mas, no século XIX, a natureza ainda era "inimiga" do homem, tinha que ser domada a todo custo e achava-se que era fonte inesgotável de recursos. Hoje vemos que estes recursos estão no fim, precisamos já de três planetas terra para mantermos nosso padrão de consumo atual.

Este pensamento da natureza como inimiga faz com que construamos as cidades sem respeitá-las. No Vale do Itajaí, o aumento populacional agravou e muito a tragédia. Na grande enchente de 1984 (que já foi superada pela deste ano) não houve tantos deslizamentos como nesta, o que denota muito mais gente vivendo em encostas ou cortando-as para abrir estradas ou mesmo desmatando suas florestas naturais, que seguram a terra com as raízes. O que se vê nas imagens são morros sem a mínima sustentação, sendo levados como massa de bolo ainda não assado, e com isso empurrando casas, vidas e tudo o mais que está sobre ou abaixo deles.

É claro que temos que ajudar todas estas famílias. Muitas nem tinha conhecimentos técnicos ou ambientais para construírem nestes locais. Aí perguntamos, como sempre, onde estavam as autoridades nestas horas? Se temos leis ambientais rígidas , por quê não são cumpridas? Claro, sempre prevalece o clientelismo, o populismo de prefeitos e vereadores que querem se aproveitar da situação, "aprovando um desmatamentozinho ali e outra obrinha ali" ou mesmo fazendo vista grossa para estas aberrações. Sem apoio, as polícias ambientais e outras autoridades que poderiam fiscalizar nada fazem, e os problemas só vão aumentando até estourarem da forma que estouraram nesta semana.

Isto não acontece apenas em Santa Catarina não. Por todo o Brasil a corrupção e o descaso acabam com nossa natureza, com nossas belezas. Basta ver as imensas favelas de São Paulo e Rio de Janeiro, verdadeiras metrópoles caóticas dentro das metrópoles, avançando sobre a mata-atlântica, sobre os mananciais de água (como é o caso da Represa Billings, em SP) e sem que ninguém impeça. Pelo contrário, pode contar que sempre tem algum "político local" incentivando invasões em áreas de preservação, em troca de votos. Nas últimas eleições cheguei até ouvir promessas de uma candidata a prefeita de Curitiba (que, ainda bem, não ganhou) prometendo "afrouxar as leis ambientais" para regularizar invasões! Ou seja, legaliza-se o que está errado! Se estas áreas são de preservação (e deveriam haver muitas outras) é porque estudos foram feitos para que assim sejam consideradas! É por beneficiar toda a população que precisamos de áreas preservadas! E, em nome de um populismo barato, sacrifica-se todos por poucos!

Voltando a Santa Catarina, sabe-se que, segundo o Atlas da Mata Atlância, emitido pela ONG SOS Mata Atlântica, este foi o estado que mais desmatou este bioma nos últimos anos. E um bioma do qual restam menos de 7%, que deveria ser incontestavelmente preservado, por conter a mais alta biodiversidade do planeta. E tudo em nome de um suposto "desenvolvimento". A economia do estado cresce, mais indústrias se instalam, a agricultura se expande, o porto importa e exporta de tudo, libera-se para os turistas construírem suas casas de praia por toda parte, etc. Sem limites. Tudo isso a custo de quê? As imagens atuais dizem tudo. Será que esta mata atlântica já não está fazendo falta? É preciso repensar o tal "crescimento infinito".

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

EU NÃO FALEI ??? SEM-TERRA SÃO GRANDES DESMATADORES SIM!

No dia 16 de Março deste ano eu havia escrito, aqui neste mesmo espaço, sobre o fato dos sem-terra serem grandes desmatadores, já responsáveis por mais de 15% do desaparecimento da (não sei até quando) maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica.

Pois bem, observem o que dizem as manchetes que estão nos jornais e televisões desde ontem (30 de Novembro): simplesmente os seis primeiros lugares entre os grandes desmatadores são de assentamentos do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). São números incontestáveis, que nem perderei tempo em citá-los (leia aqui, na íntegra, uma excelente matéria do jornal O Estado de São Paulo). Tais números estão até causando cada vez mais sustos no novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Agora, sem dúvida, ...

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Gabriel Bertran

sábado, 30 de agosto de 2008

ESCRAVIDÃO E DESMATAMENTO EM TERRAS DA PETROBRÁS

Nesta sexta-feira (29 de agosto), houve uma notícia muito pouco divulgada: o Ministério do Trabalho atendeu a uma denúncia de trabalho escravo, inclusive utilizando-se de crianças, em uma área de São Mateus do Sul, região sul do estado do Paraná. Os trabalhadores estavam sendo cruelmente empregados para desmatar uma área de floresta atlântica nativa, inclusive com araucárias. Agora o pior de tudo: as terras pertencem à PETROBRÁS. Sim, a mesma gigantesca empresa semi-estatal, orgulho brasileiro, que tanto apregoa na mídia que "tudo o que faz é com responsabilidade social e ambiental". Segundo as reportagens (links abaixo), as áreas estavam sendo desmatadas pelos antigos proprietários, porque a Petrobrás iria explorar xisto nelas. É muito estranha esta preocupação "ambiental e social" da Petrobrás. Será que nem sequer se deram ao trabalho de fiscalizar se as áreas, devido à sua vegetação nativa, poderiam ou não ser desmatadas? Pior ainda, nem se deram conta de que os trabalhadores empregados neste crime também eram vítimas de um outro crime, o de escravidão, dadas as condições de trabalho, sem nenhuma segurança, e moradia, sem nenhuma higiene, em que eles se encontravam?

Funcionários da Petrobrás encontrados no local não quiseram se pronunciar. E, é claro, este será mais um caso abafado nos atuais tempos "deççe paíz", em que tudo o que for feito em nome deste pseudo-crescimento, deste pseudo-desenvolvimento, do qual o (des)governo tanto faz propaganda, é justificável. Nunca se destruiu tanto as nossas florestas como agora, principalmente a Amazônia, só que na propaganda oficial tudo vai bem, o novo ministro com suas bravatas parece "botar ordem no galinheiro", enquanto vê-se pessoas morando em um galinheiro, como vocês podem conferir nesta reportagem abaixo. Inclusive ela foi exibida na Rede Globo no horário das 6h:30 da manhã, quando poucas pessoas ligam a televisão. Nos jornais em horário nobre está tudo sempre às mil maravilhas, com inflação em queda, brasileiros comprando cada vez mais, classe média crescendo, etc, do jeitinho que o (des)governo manda a imprensa noticiar. Tudo em nome da propaganda oficial, paga com a publicidade destas semi-estatais, que implantam um "Capitalismo de Estado" aos poucos em nosso país, com quadros funcionais inchados de petralhas indicados. E ai de quem falar mal "delles".


Esta é a revolução que o petismo nos trás. E dentro dela tudo é possível. Até explorar os menos de 1% de florestas de araucárias existentes no Paraná, se for feito pela estatal, não tem problema. Os fins justificam os meios. E olha que o "pré-sal" ainda nem chegou, imagine o que será feito em nome daquilo!

Aí vão as reportagens que tratam deste triplo crime:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=802927&tit=Flagrante-de-escravidao-em-area-da-Petrobras

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM874887-7823-FISCAIS+DO+TRABALHO+LOCALIZARAM+CASOS+DE+ESCRAVIDAO+NO+PARANA,00.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

INVERNO INFERNAL: NINGUÉM PERCEBE??

Engraçado que, nos tempos atuais, ainda ouço muita gente que não acredita nas mudanças climáticas globais, acham que é catastrofismo da imprensa e, o pior de tudo, que elas não têm nada a ver com isso.

Pode até haver algum catastrofismo e pode até parecer que o problema está longe de nós, pois os tornados só acontecem nos Estados Unidos (alguém esqueceu o que passou por Santa Catarina há poucos anos atrás?) e que tsunamis só atingem a Ásia.

Tudo bem, se não ocorrerem tragédias desta magnitude no Brasil, melhor, ninguém está torcendo por isso.

Mas será que ninguém percebeu que, em pleno mês de julho, considerado o "pico" do inverno, estamos tendo, diariamente, temperaturas entre 27ºC e até 29ºC, com muito sol, em plena Curitiba, considerada a "capital mais fria do Brasil"? Alguns descrentes dizem que é o "veranico de julho", mas já estamos há mais de 30 dias estamos com o tal "veranico" sobre nossas cabeças (e também com o ar extremamente seco). Fora que tivemos o "veranico de maio", depois o "veranico de junho", fazendo com que as temperaturas frias tenham virado exceção, restritas a não mais que uns 6 dias de "frio intenso" durante o mês de junho!

E o fantasma da "Curitiba fria" ainda ronda a população, principalmente os mais velhos, lembrando-se dos tempos em que a cidade ficava mais de 4 meses envolta em nuvens, com manhãs cobertas por gelo, algumas vezes até por neve. Isso faz com que a população continue acreditando que a capital paranaense é uma cidade fria, mas não é mais, definitivamente.

Não é para refletirmos sobre o que está acontecendo? O que era natural deixou de ser. Até mesmo enchentes no Nordeste brasileiro ocorreram este ano e agora o frio atacou o sertão (enquanto abandonou o Sul!). E alguns ainda dirão que nada de mais está acontecendo?

Tudo bem, tem o tal do "La Niña" soprando por aí, mas não duvido que esta corrente não seja uma das conseqüências mais visíveis do aquecimento global.

Enquanto isso, não muito longe de Curitiba (há cerca de 200 Km), a Força Verde da Polícia Militar do Paraná descobriu um corte ilegal de não menos que umas 11 mil araucárias no mês passado (depois não se falou mais nisso, se houve punição, etc.)! Eu pergunto, será que ainda existem 11 mil araucárias? Se a população atual da ex-árvore símbolo do Estado (que foi trocada pelo norte-americano pinus) hoje não passa de 1% da cobertura original, como ainda tem gente destruindo os últimos exemplares? Será que ninguém percebeu esta mudança de clima? Será que os fazendeiros ainda acham que a natureza é infinita?? Bem, poderia ser próxima de infinita se houvesse uma conscientização, um plano de manejo, e assim teríamos araucárias para sempre, parte para corte, parte para preservação. Mas optou-se por dizimar tudo. As boas matrizes se foram. O material genético atual, mesmo se for utilizado para recuperação da espécie (e DEVE!), já é bastante pobre.

É uma tragédia o que aconteceu no Paraná. E a natureza está dando a resposta, com meses de seca a fio. Mas ainda tem gente que não acredita. E acha que aqui é a "terra das araucárias". Só se forem as virtuais. Talvez existam mais araucárias pintadas em quadros do que na terra, propriamente dita...
É uma tristeza sem fim...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

DIA MUNDIAL DO MEIO-AMBIENTE:HÁ O QUE COMEMORAR?

Alguns poderiam dizer que este blog está pessimista demais. Mas, com as notícias que temos tido nas semanas (e principalmente nos dias) que antecederam este "Dia Mundial do Meio-Ambiente"
eu pergunto a todos: há o que comemorar?

Comemora-se sim os recordes de desmatamento na Amazônia, como "nunca antes neççe paíz" (no linguajar chulo de nosso des-presidente). Afrouxam-se leis que prometiam cortar créditos dos produtores rurais que desmatam o bioma amazônico. O novo "ministro-performer" do meio-ambiente anuncia que irá capturar os milhões de bois que invadem a Floresta Amazônica (e contra os donos destes bois, nada se fará?). Isso sem contar que, nas semanas anteriores, a demissão da ministra Marina Silva mostrou que o (des)governo lulla em nada se preocupa com o meio-ambiente e quer é eliminar os poucos que se preocupam dentro de seus quadros funcionais. Tudo em nome de um "nacional-desenvolvimentismo" populista, bem aos moldes dos governos militares dos anos 70, priorizando obras que rasgarão a floresta de forma irrecuperável e em nada beneficiará suas população. E, para completar, o (des)governo elege ONGs e empresários estrangeiros pela destruição da floresta! Não, nós não precisamos de estrangeiros para destruí-la: os brasileiros já fazem isso há décadas, e fazem muito bem, diga-se de passagem. Já são quase 20% do total da floresta desmatada (e com 30% os cientistas afirmam que ela não se sustentará mais climatica e biologicamente: iniciar-se-á o processo de savanização, mas isto é assunto para outro dia). E o lulla ainda vem dizer que a "Amazônia é nossa". É nossa enquanto existir. E neste ritmo, muito em breve não teremos o que chamar de "Amazônia". Mas aí, sabe-se lá se ainda teremos clima e água para sobreviver..

Resumindo, tudo vai na contra mão de como deveria ser. Na contra mão da urgente necessidade de se preservar e, principalmente, valorizar a floresta em pé, como um bem indispensável para a sobrevivência da humanidade. Justamente quando vemos as conseqüências do aquecimento global aumentarem, escancaradamente, o Brasil não faz sua parte!

Não interessa que os ditos "países desenvolvidos" terem poluído o planeta por mais de 100 anos. Nós temos uma rara chance de dar o exemplo ao planeta. Porque o globo ficou pequeno para tanta gente, para tanto asfalto, tanto fogo, tantos veículos. O que resta, nem é garantido que vá manter o clima do planeta. Mas é o que temos. Há que se ampliar as áreas florestais sim, diminuir as emissões, frear as queimadas (75% dos gases emitidos no Brasil provém de queimadas florestais) e ainda assim será pouco, mas precisa ser feito!

Só que, em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente, o que vemos é que o brasileiro trava uma guerra cega contra a natureza, desde os grandes centros poluídos até as mais remotas regiões Amazônicas. E o governo acompanha, não educa, não pune, não vigia, é conivente e ainda incentiva as obras destrutivas! Mal pode-se perceber que nós, seres humanos, fazemos parte da natureza... É bom que percebamos isto logo, antes que seja tarde, antes que não haja mais natureza, e conseqüentemente, mais humanidade...

Este foi um desabafo, mas como ainda deve haver esperança, FELIZ DIA DO MEIO-AMBIENTE A TODOS e... PRESERVEM SEMPRE A NATUREZA!

domingo, 1 de junho de 2008

CENSURA E RETROCESSO AMBIENTAL

Ao que parece, a ânsia deste (des)governo atual em desmoralizar e praticamente anular quaisquer políticas favoráveis ao meio-ambiente "nesse país" não tem limites. Com os (vários) exemplos ocorridos nesta última semana de maio, podemos ilustrar este triste quadro. E as florestas brasileiras que se protejam, pois a depender de quem deveria protegê-las...

CENSURA AO INPE
Primeiro vimos, no jornal O Estado de São Paulo, a notícia de que,
para evitar mais polêmica, a direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) adiou a divulgação de sua análise sobre desmatamento na Amazônia no mês de abril, que estava marcada para dia 26/05. Pretende debater os resultados com o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que toma posse hoje. A intenção é divulgar os resultados 'dentro de um contexto técnico-científico' e não em um 'momento político'. Por aí vemos o intuito de censura por trás deste (des)governo. Uma respeitada instituição como o INPE agora tem seu trabalho tolhido e, além de tudo, é impedida de divulgar dados de suma importância para a população não só brasileira, mas mundial! A atitude do (des)governo neste sentido assemelha-se a "destruir o termômetro que mostra o quanto o paciente está febril". Obviamente de nada adiantará ocultar os números (que só aumentam) do desmatamento de nossas florestas. Mas sabe-se que o presidente lulla tem medo da verdade. Isso foi bastante notório neste recente episódio da demissão da Ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva, o qual foi fomentado, dentre outros motivos, pela exposição dos números (cada vez maiores) dos desmatamentos da Amazônia.

RECUO EM CORTE DE CRÉDITO
E pelo visto, além das políticas de "ocultação da verdade", empreendidas por lulla e sua corja, após a auto-demissão de Marina, começa agora um programa para a anulação das poucas medidas de preservação ambiental e contenção da devastação que ela conseguiu ao menos dar início (não desmerecendo a capacidade e inteligência da ex-ministra, uma das poucas vozes lúcidas dentre deste desgoverno, mas que infelizmente não pôde fazer quase nada devido justamente à postura populista e pseudo-desenvolvimentista de lulla e sua quadrilha). Agora, por pressão dos ruralistas,
o governo estuda mudanças na portaria 96/2008, do Ministério do Meio Ambiente. A portaria, assinada no dia 27 de março pela então ministra Marina Silva, torna quase impossível a concessão de crédito oficial para todos os municípios do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima e outros 106 do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins que, embora estejam no cerrado, foram incluídos pela ministra no bioma Amazônia. Ou seja, todo aquele estardalhaço feito no início do ano era para "inglês ver", para o (des)governo apenas PARECER que dá respostas rápidas à verdadeira tragédia ambiental que está acontecendo. Assim foi com as operações de apreensão de madeira ilegal: aos poucos foram sendo esvaziadas, à medida que a mídia deixa de dar atenção a elas. É um verdadeiro "fogo de palha". Apenas no momento em que uma verdade aparece, o (des)governo finge movimentar mundos e fundos para combatê-la, e logo após, ameniza as ações, que ficam restritas praticamente àquele espetáculo inicial.

UM MINISTÉRIO DE SEGUNDA CATEGORIA
E assim perece nossa política ambiental, exatamente da forma que assinalou o ex-secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente (na gestão Marina Silva), o biólogo João Paulo Capobianco, em entrevista ao Estado de São Paulo no dia 29 de maio: "A Pasta do meio-ambiente foi tratada como de 2ª categoria no governo Lula". Segundo o ex-secretário, o Planalto queria reduzir o Ministério a um órgão licenciador de obras. Isso fez este ministério ser submetido a um isolamento em relação aos grandes debates nacionais. Isso vai na contra mão das propostas iniciais de "transversalidade", que Marina tanto propagava no início do (des)governo, quando ainda havia a esperança de que ela conseguisse trabalhar. Com o passar do tempo, viu-se queo conceito do "ambientalmente sustentável" não faz parte da visão de conjunto do governo. A prioridade sempre foram as grandes obras, como hidrelétricas, rodovias e ferrovias que rasgam a a Amazônia, bem aos moldes dos governos militares dos anos 60 e 70. O que os governantes atuais não enxergam é que naquela época o conceito de preservação ambiental ainda era incipiente. Hoje está comprovado que as conseqüências da ação devastadora do homem já estão aí, na nossa cara. Mas não adianta explicar isso a "elles", que só pensam no quanto irão faturar com estas obras e nada mais. Não adianta explicá-los que, com um plano de economia de energia como o que FHC executou na época do "apagão", é possível que a população brasileira economize 50% da energia consumida, ou mesmo com a repotencialização das usinas atuais e construção de geradoras de energia renováveis (vento, sol, biomassa, etc.), conseguiríamos mais que duplicar nossa capacidade geradora sem inundar mais nenhuma represa! Isso sem contar outra montanha de absurdos que o governo lulla empreende sem nem considerar nosso meio-ambiente, simplesmente passando por cima de tudo.

Neste contexto, não podemos esperar muito do novo ministro Carlos Minc, "o carnavalesco e carimbador maluco" (aumentou substancialmente a concessão de licensas ambientais no Rio de Janeiro). Não há muito a dizer sobre ele. Mesmo que tenha boas idéias, será que o lulla e a dilma vão deixá-lo trabalhar??

domingo, 11 de maio de 2008

PLANO PARA DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA

Nesta semana, o (des)governo do PT lançou, como sempre em solenidade bastante pomposa, mais um de seus planos vazios de ação. Intitulado "Plano Amazônia Sustentável", ele vem sendo discutido desde 2003 (ou seja, há cinco anos) e o resultado final - só agora apresentado - não representa nem um décimo do que era esperado quando fora anunciado.

Para começar que, das 24 páginas entregues à imprensa, ONGs e autoridades, 19 delas falam do famigerado PAC ("plano de aceleração do crescimento"). Só aí começa uma grande contradição: o PAC, ao menos na Amazônia, não passa de um grande "Plano para Destruição da Amazônia". Se não, como podemos falar em amazônia sustentável com esses projetos mirabolantes, típico dos governos militares da década de 70, de abertura de estradas e implantação de usinas hidrelétricas gigantescas em meio ao pouco que resta da (por enquanto) maior floresta tropical do mundo?

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Gabriel Bertran

sábado, 26 de abril de 2008

SEXTA-FEIRA MACABRA

Esta sexta-feira (25 de abril de 2008) foi muito triste para nós, ambientalistas. Talvez poucas pessoas tenham percebido as más notícias deste dia, em função de estarem mais atentas à "novela" televisiva da morte da menina Isabela Nardoni (notícia não menos triste, nem menos importante, porém explorada à exaustão por nossa imprensa).

Ao acordar, deparei-me, no jornal O Estado de São paulo, com a seguinte notícia :"Senadores querem fim de operação antidesmate". Uma das poucas ações deste desgoverno federal (que nem sabemos se está sendo empreendida a contento), em resposta ao aumento brutal do desmatamento na Amazônia, mesmo nos meses em que costumeiramente a destruição costumava diminuir devido ao clima (alterado pelo tão conhecido aquecimento global), agora é alvo de tentativa de diminuição, senão anulação da mesma. Isso devido ao simples desejo de poder dos senadores, financiados pelos desmatadores, como pode-se constatar no trecho da reportagem : "Pressionados de um lado pelo lobby dos madeireiros, que movimentam a economia de várias cidades e financiam campanhas eleitorais, e de outro por prefeitos que se queixam do “desastre econômico” produzido pela Arco de Fogo, que paralisou o setor a seis meses da eleição municipal, os senadores cobram do governo federal a fatura dos prejuízos.
Para esses parlamentares, o “grande desmatador” não é o madeireiro que atua irregularmente na região, mas o governo federal, com seus programas de assentamento."

Concordo com o fato que os programas de assentamentos de sem-terra são grandes reponsáveis pela
destruição da Floresta Amazônica. Mas não podemos isentar os madeireiros, verdadeiros bandidos, que assaltam terras que não são suas, arrasando-as em nome de um lucro rápido e insustentável, que só deixa um rastro de miséra por onde passa. O que os senadores dizem à respeito do suposto "desastre" na economia local é uma grande inverdade. Esta economia é passageira, pois ao esgotarem os recursos naturais de determinadas cidades, os madeireiros mudam-se para novas "fronteiras", deixando aquelas cidades onde antes estavam estabelecidos na mais absoluta miséria. Já há várias cidades no Pará que em períodos de menos de 10 anos esgotaram suas florestas e hoje não possuem renda. E isso ocorreu aqui, no Paraná, décadas atrás, com o fim da exploração predatória das matas de araucárias em determinadas cidades do estado. Ou seja, a mentalidade do brasileiro é a de destruir, abandonar e seguir em frente, destruindo as próximas florestas. Mas a seguirem este ritmo, haverá um tempo em que não haverão mais florestas. A cultura da abundância é suicida!

Bem, voltando às notícias "macabras" desta sexta-feira, ao abrir a internet, estava na página principal do site UOL a seguinte manchete: "
Desmatar é remédio para crise da comida, diz governador de MT". Achei isso o cúmulo da "cara de pau", por parte do governador do Mato Grosso, o sr. Blairo Maggi, já conhecido como o maior produtor de soja e também maior desmatador do Brasil. Em tempos que o próprio aquecimento global é causa notória da diminuição de áreas agrícolas, devido simplesmente ao desmatamento e à poluição (no Brasil causada principalmente pela queima das florestas), este infeliz vem dizer que é necessário desmatar ainda mais!!! Ou seja, vem corroborar este modelo predador, mencionado acima, de destruir a terra, abandoná-la e sair em busca de mais florestas a serem destruídas! Mas este ciclo é finito, e estamos chegando ao limite dele. Será que os agricultores do Mato Grosso terão que passar por secas de seus rios (que é um conseqüência natural do desflorestamento) para se tocarem do quão importante são as florestas para suas lavouras??? Se possuem terras férteis e bons regimes de chuva por lá, isso se deve
unicamente à presença da Floresta Amazônica, o que significa que sem ela não terão nenhuma das benesses atuais! É um festival de imbecilidade. Como sempre, vivemos no país das imbecilidades! E não sei onde iremos parar com (des)governantes com estes pensamentos!
O mais incompreensível é que, quando mais precisamos de ações para frear, definitivamente, o desmatamento, pois este chegou a um limite insustentável, os defensores desta política antiquada continuam a postos. Será que não percebem que em pleno mês de abril estamos com temperaturas próximas dos 30º no Sul do País, quando há pouco tempo atrás já tínhamos geadas nesta época? Isso é NORMAL??
Quanto à "crise alimentar", há um grande fator especulativo nela, principalmente por parte dos países mais ricos. O mundo tem alimentos de sobra para sua população, ele só é mal distribuído. E se países como a China não conseguem produzir o suficiente, basta ver o modelo de desenvolvimento a todos custo que eles adotaram : quase todas as reservas de água chinesas estão poluídas e paisagens naturais (florestas, etc.) nem pensar mais na Ásia. Agora vêm destruir tudo o que resta aqui. Será que é isso que queremos?? Nossos políticos podem até querer isso, mas não é o que nossa população precisa, definitivamente. O problema é que esta população, comprada por estes mesmos políticos, não se toca de nossos problemas ambientais. Só querem desenvolvimento a todo custo. Até quando suportaremos isto??

domingo, 20 de abril de 2008

DESMATAMENTO E EPIDEMIAS : TUDO A VER

É sabido por todos que quando o meio-ambiente está em equilíbrio, com a biodiversidade mantida, todos os seres ali no local convivem em harmonia, alimentando-se uns dos outros e, com isso, controlando-se mutuamente. Tem algo a ver com a Teoria de Gaia, na qual todo o planeta é um ser vivo que se auto-equilibra. Mas existe uma espécime, no caso a humana, capaz de mexer profundamente com este equilíbrio. A voracidade do ser humando já tornou-se uma das forças destruidoras da natureza.
Isso faz com que, ao eliminar amplas áreas florestais, como está ocorrendo cada vez mais rápido na Amazônia, ocorra a proliferação de determinados organismos (em grande parte perigosos), devido à morte de seus predadores naturais.
Desde as primeiras incursões na Amazônia, a malária sempre aterrorizou as populações humanas. Acontece que, sem os pássaros ou aranhas que se alimentavam dos mosquitos, suas populações crescem em demasia.
O aumento, a cada ano que passa, da epidemia de dengue no Brasil com toda certeza deve-se a este desequilíbrio. E sabemos que as epidemias não pararão por aí. Basta ver o exemplo da África, onde os desmatamentos também são imensos e vírus como o Ebola e o Marburg (ainda sem cura) proliferam-se sem controle.

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Gabriel Bertran

sábado, 19 de abril de 2008

IDÉIAS 3 : MULTA PARA QUEM NÃO PLANTA ÁRVORE NA CALÇADA,EM LONDRINA

Boa tarde, amigos! Estive um pouco "sumido" por quase um mês, com muitos afazeres particulares, mas estamos de volta aí para comentar diversas notícias que têm nos chamado atenção.
Dentre elas destaco desta abaixo, que embora pequena é de grande relevância : a prefeitura da cidade de Londrina, no interior do Paraná, resolveu "fechar o cerco" àqueles moradores que não preservam as árvores em frente aos seus imóveis. Achei a iniciativa fantástica, pois é muito comum no Brasil as pessoas retirarem as árvores de frente de suas casas e, quando não as possuem, nem se preocupam em plantar novos exemplares. Existe um grande desprezo por estes seres vivos que tanto melhoram a qualidade de vida em nossas cidades. As árvores, de espécimes brasileiros, quando adequadamente plantadas nas calçadas, melhoram (e muito) o clima, absorvendo calor, protegem as cidades dos ventos, abrigam pássaros, fertilizam a terra, purificam o ar, controlam a incidência de chuvas, etc. Mas infelizmente a maior parte dos brasileiros não enxerga estes benefícios. Preferem o concreto, o calor, a aridez... enfim, vamos ler a notícia e depois voltamos com mais comentários:

"GAZETA DO POVO
Sexta-feira, 28/03/2008
PARANÁ | LONDRINA publicado na edição impressa de 28/03/2008

Calçada sem árvore dá multa
por FOLHAPRESS


Londrina – A Secretaria Municipal do Ambiente de Londrina decidiu multar em até R$ 1,4 mil os donos de imóveis no município que não cumprirem determinação do plano diretor da cidade, de que cada imóvel deve ter pelo menos uma árvore na calçada. A fiscalização, que começou pelo centro da cidade, gerou 250 notificações a comerciantes e 38 autuações contra os que não cumpriram a norma. “Nosso interesse não é multar, mas sim que a multa tenha efeito pedagógico’’, disse o secretário Gerson da Silva. Pelo plano diretor, todo imóvel deve ter uma árvore a cada 12 metros de calçada. Segundo Silva, as notificações começaram no fim do ano passado e, apesar de o Código de Postura de Londrina dar prazo de 15 dias para o plantio das árvores, o município tem sido tolerante."

Parabéns à municipalidade de Londrina pela iniciativa! Seria ótimo se outros municípios pelo Brasil afora tomassem iniciativas como esta. Londrina já possui um planejamento inicialmente feito por ingleses, dentro do conceito urbanístico de "cidade jardim". O mesmo conceito foi adotado em alguns bairros de São Paulo, como Jardim América, Jardim Europa, etc. Não é à toa que são regiões valorizadíssimas na capital paulista, devido à sua qualidade de vida. E esta qualidade é trazida pelas... árvores! Elas que permeiam toda a paisagem, como ocorre na maioria das cidades americanas também. Façamos uma ressalva, sobre o fato dos Estados Unidos serem o país que mais polui a atmosfera, realmente. Mas em termos de planejamento de seus subúrbios residenciais, eles estão de parabéns. As árvores simplesmente estão lá, por entre as casas, e lá ficarão, pois a vida é muito melhor entre elas! A impressão que temos nestes bairros é de estarmos no campo, em lugares bastante bucólicos, silenciosos, quando muitas vezes estamos em meio a grandes metrópoles.
Voltando ao Brasil, infelizmente bairros (ou cidades) com este conceito por aqui são exceção. E não deveriam ser privilégio de apenas alguns bairros de classe média e classe alta. Todas as classes sociais deveriam ter direito ao seu porcentual de verde. Mas pela simples falta de cultura, de educação, as pessoas nem mesmo pensam em exigir das autoridades esta qualidade ambiental urbana, pois ela não é percebida pela maior parte da população. Pode-se dar a desculpa de que ainda existem muitas prioridades de que a população brasileira ainda é carente, como hospitais, escolas, redes de esgoto, transportes de boa qualidade, etc. Não podemos negar a falta destes e de muitos outros recursos. Mas vale lembrar que, sem os recursos naturais, nada seríamos e nada seremos. Não há futuro possível sem a preservação e recuperação do meio-ambiente. Portanto todas as ações devem andar juntas. Basta ver o exemplo de São Paulo, onde as maiores incidências de tempestades e inundações no verão são nos bairros com menor área verde por habitante, como os da Zona Leste, por exemplo. A alta concentração de moradias intensamente construídas uma ao lado da outra gerou grandes áreas totalmente impermeabilizadas, facilitando a formação de "bolhas de calor", que geram uma precipitação muito mais violenta das chuvas, castigando estas mesmas áreas com a inundação, porque simplesmente este imenso volume de água não tem para onde escoar! Se houvesse um planejamento prévio de ocupação destas áreas (entremeadas por cursos d´água que foram soterrados ou desviados), com certeza a tragédia não seria tão grande como é. Esta ocupação populacional desordenada e visando apenas o construído hoje torna-se um problema difícil de resolver para as grandes cidades.
O brasileiro ainda parece ter um distanciamento muito grande da natureza. É um característica humana, é claro, que durante séculos desenvolvemos, esta de não nos considerarmos como parte da natureza. Criamos um mundo artificial que nos trouxe muitas vantagens, é claro, mas também muitos equívocos que precisam ser revistos. Esta idéia de que o espaço construído é "bom" e o espaço natural não presta e deve ser destruído é um dos maiores equívocos. É possível (e obrigatório) que ambos convivam em harmonia. Com isso cria-se a "biocidade", em que cada rua forma um corredor verde que a protege, conectando parques e outras áreas verdes que entremeiam os imóveis. Esta seria a cidade ideal, em que se está dentro da urbe, com todos os seus confortos, mas parecendo-se estar em um espaço natural, que pode ser apreciado por todos os lados. Por quê não?
É isso que a lição de Londrina tenta nos passar. Que podemos e devemos conviver bem com as árvores, pois elas melhorarão nossas vidas, trarão mais paz, menos stress.
Infelizmente ainda estamos longe deste ideal.. mas fica a idéia!

quinta-feira, 20 de março de 2008

IDÉIAS 2 : NOVOS TIPOS DE MADEIRA ECOLÓGICA

Continuando a divulgação de idéias que preservem o meio-ambiente, nesta semana duas notícias chamaram a atenção, mostrando que soluções não faltam para preservar (e poupar) as árvores nativas. O que falta é mudança de mentalidade do consumidor e apoio por parte de investidores e governos.

Na Quarta-feira, 19 março de 2008, na coluna semanal do ambientalista Marcos Sá Corrêa (editor do site O Eco - www.oeco.com.br) no Estadão, intitulada "A maçaranduba é um problema ambiental" (título curioso) ele comenta a dificuldade que o industrial Geraldo Pilz, do Rio de Janeiro, está tendo para "emplacar" seu produto e também para conseguir matéria-prima para fabricá-lo. Trata-se de uma madeira plástica feita a partir de restos de garrafas descartáveis, sacos plásticos e outros suvenires recicláveis. Tais produtos parecem abundantes pelo Brasil afora, dada a falta de consciência de grande parte dos cidadãos, que os descartam em vias públicas, cursos d´água ou mesmo em lixões saturados. Pois bem, por incrível que pareça o empresário encontra dificuldades para comprar estes "insumos" em quantidades industriais, apesar de ter feito convênios com prefeituras, parques, etc.! Fora esta falta de matéria-prima, Pilz não consegue emplacar grandes vendas do produto devido à cultura arraigada na população brasileira, de só querer comprar "madeira maciça". Pois bem,
a "madeira plástica" além de ter aspecto bastante semelhante à natural, não apodrece, podendo ser enterrada, deixada ao relento e é fácil de ser cortada, pregada, etc. Ideal para bancos de praças e até barcos. Agora, está difícil concorrer com a maçaranduba e outras madeiras nativas. Enquanto for mais "fácil e barato" desmatar a Amazônia e a mentalidade do consumidor não mudar, não conseguiremos introduzir novas tecnologias que poupam as florestas nativas. É uma mentalidade que vêm do século XVI, quando os descobridores encontraram "matas infinitas" aqui por estas bandas. Será que ninguém percebe que estas matas estão perto do fim, no ritmo que estamos destruindo-as? Fica o alerta..

Outra grande idéia, dentro da mesma filosofia, saiu no caderno Agrícola, do mesmo jornal O Estado de São Paulo. Um casal de empresários da região de Curitiba (PR) desenvolveu uma placa de madeira feita com a 'grimpa' da araucária (ramos secos que caem das árvores e em geral degradam-se no meio-ambiente ou são queimados por proprietários de terras). A grimpa cai naturalmente do pé e não há necessidade de cortar a árvore. Moreira cita que, entre as vantagens do produto, está o menor gasto de energia para secar, triturar e transportar. Enquanto o processo de transformação do pinus (Pinus elliotis) leva 30 dias, a Produção de Madeira de Grimpa do Pinheiro (PMGP) está pronta em uma semana, pois a umidade é de só 11%. A economia de energia no processo é de 50%. Na compactação do material triturado usa-se também menos resina. Testes certificaram que o produto suportou peso de até 10 mil quilos. Os inventores ainda não definiram qual a linha de trabalho, mas estudam produtos que possam servir para decks de piscina, esquadrias, pisos e paredes. É um produto fantástico, pois além de seu amplo uso, incentivará, após colocado em larga produção, o plantio e a preservação da araucaria angustifolia, árvore ameaçada de extinção devido à ampla exploração de sua madeira durante todo o século XX. Justamente por exigir que as árvores permaneçam "em pé", é um produto ambientalmente sustentável, agregando valor à floresta viva e, com isso, seqüestrando carbono da atmosfera. Desdejo longa vida a esta iniciativa e tomo a liberdade de publicar aqui o email de contato dos inventores da PMGP, o casal Silvio Sepkca Moreira e Marli Bosquet : marli.bosquet@yahoo.com.br

Conseguindo o email também do outro empresário (Geraldo Pilz) colocarei-o aqui!
OBS.: LINK PARA A REPORTAGEM SOBRE A MADEIRA DE PLÁSTICO RECICLADO:
http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=77&textCode=26645

domingo, 16 de março de 2008

SEM-TERRA: GRANDES DESMATADORES

É notória a preferência do governo atual pelos "movimentos sociais", os quais são incentivados e financiados com nossos recursos. Isso se deve à sinergia de pensamentos, que vem de longa data, do PT e seus comparsas com todos os tipos de "revolucionários", como FARC, MST, PCC e outras instituições voltadas à depredação da propriedade privada, à lavagem cerebral das grandes massas de manobra e a práticas ilícitas, tais como seqüestro e expropriação de bens e pessoas.

Dentre estes pseudo-movimentos "sociais", destaca-se o MST e seus assemelhados. A luta dos mesmos não é pela terra, e sim por um projeto político de longo prazo, aos moldes do que está sendo aplicado por Hugo Chávez na Venezuela, o qual visa a extinção da propriedade privada e das liberdades civis e de imprensa. O governo do PT simplesmente tolera do MST, não aplicando medidas legais cabíveis (até porque o MST não existe como figura jurídica), fazendo "vista grossa" aos absurdos que cometem Brasil afora.

Um destes absurdos do MST é a invasão da Floresta Amazônica, que se dá há décadas, até por deficiências na aplicação da "reforma agrária", que desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, se faz erroneamente em meio a áreas florestais, por serem monetariamente mais "baratas" que outras (embora o MST também invada muitas fazendas ditas "produtivas"). Porém o barato para a farsa da "reforma" custa muito caro ao meio-ambiente : é preciso mudar o conceito de "terra produtiva". Na visão tanto de ruralistas quanto de sem-terra, áreas com matas nativas são "improdutivas", fazendo com que os ocupantes das mesmas (que na maior parte das vezes não são donos, em se tratando de Amazônia) ponham fogo e desmatem as mesmas o mais rápido possível. Aí inicia-se uma tragédia que já corrói 15% da Amazônia : a ocupação das mesmas pelos sem-terra.

Baseado nisso, coloca-se os sem-terra na vala comum do agronegócio, que eles tanto combatem : ambos desmatam, e muito, nossas florestas. Os sem-terra largados nos confins da hiléia amazônica fazem acordo com madeireiros "sem tora", os quais, com isso, não têm os custos da terra nem o ônus de suas regularização : simplesmente retiram o que querem de madeira dos assentamentos e vendem tudo ilegalmente. Os sem-terra recebem por isso e ficam com a terra arrasada para logo abandoná-la, porque quase nada pode ser plantado lá, iniciando novas invasões e o ciclo vicioso que acaba com a maior diversidade do planeta.

Agora o cinismo desses pseudo "movimentos sociais" é dizerem que praticam agricultura ambientalmente sustentável e preservam o meio-ambiente, em sua luta contra o agronegócio. É uma incoerência total : eles mesmos combatem o plantio de eucaliptos para produção de celulose no Sul e Sudeste do Brasil (plantio este que poupa milhares de árvores nativas) e ao mesmo tempo, os mesmos movimentos destróem a Amazônia! Eles destróem laboratórios de pesquisa, que trazem inovações na produção de madeira que auxiliam na preservação, mas eles mesmos não produzem nenhum conhecimento na área agrícola. Seus membros nem agricultores são, muito menos são pessoas necessitadas, pois vê-se carros novos estacionados em invasões, de moradores de áreas urbanas que servem como massa de manobra e estão lá para tentarem "conseguir uma terrinha", a qual vendem imediatamente, pois não têm o mínimo interesse e conhecimento para plantar.

Então, ao mesmo tempo que o agronegócio da soja e do gado destrói a Amazônia, pois nunca deveria ter chegado lá, os sem-terra praticam o mesmo tipo de crime. Por isso são dois lados de uma mesma moeda. Moeda esta que faz o Brasil e o mundo perderem cada dia mais.

Onde vamos parar com tudo isso?? Estamos sendo roubados por todos os lados!

sábado, 8 de março de 2008

VELHO NOVO PLANO PARA A AMAZÔNIA

Nas últimas duas semanas, após a divulgação dos já tão comentados números sobre o aumento do desmatamento na Amazônia, o (des)governo federal lançou um novo plano de ações para conter o câncer, que o lulla fez questão de dizer que é apenas "uma feridinha".

Chamaram a TV para mostrar a polícia federal junto com a "força naciona" (até hoje não sei o que é isso) em ação, junto com o Ibama, contra as madeireiras em Tailândia (PA). Viu-se a população incitada pelos bandidos madeireiros para atacar as autoridades, o que demonstra que a tarefa não será fácil, mas convenhamos, ao menos algum esforço foi feito. A pressão da sociedade, da imprensa e da comunidade internacional fez o (des)governo "acordar" para o que estava ocorrendo. Junto com o fechamento das madeireiras vieram ações para coibir crédito para fazendeiros da região e também para recadastramento fundiário, medidas fundamentais, que deveriam ter sido feitas há tempos.

Como já dito, são medidas fundamentais. Mas já esbarram em dois empecilhos: grande parte das terras da região amazônica são públicas, o que faz com que o tal "recadastramento" seja nulo em muitas áreas, pois as mesmas são desmatadas e abandonadas pelos bandidos responsáveis. Outro ponto é que o tal recadastramento não recairá sobre os "cumpanheiros" sem-terra, os mesmos responsáveis por 15% do desmatamento na Amazônia (http://opiniaoenoticia.com.br/interna.php?id=11049). Mas não adianta, os mesmos são "protegidos" pelo (des)governo do PT e em nada serão punidos.

Devemos, de qualquer forma, por mais que sejamos contra o governo atual, apoiar ações como estas, pois por menores que sejam, são mais que necessárias e vêm atrasadas. Mas temos que, ao mesmo tempo, vigiar para que haja continuidade, para que não seja mais um "espetáculo de crescimento da propaganda", como todas as ações já mostradas por lulla e seus comparsas: é muito alarde para poucas realizações. Um exemplo bem claro é o "PAC", o qual não saiu da propaganda. Tivemos também a farsa do "Fome Zero" e assim vai, a lista não caberia aqui.

É bom lembrar que, quatro anos atrás, a Amazônia foi alvo de um outro plano de ações semelhante a este atual, anunciado com muito alarde. De acordo com um levantamento da ONG Greenpeace, divulgado nesta quinta-feira (06 de março de 2008), menos de um terço (10) das 32 ações estratégicas previstas em 2004, quando o plano foi lançado, foi implementado até julho de 2006 - entre elas, apenas três dentro do cronograma. Onze foram parcialmente executadas e 11 nem saíram do papel. Eram novos parques, programas de fomento às atividades sustentáveis, zoneamento econômico-ecológico, plano de gestão da BR-163, etc. que não foram cumpridas, conforme reportagem na seção Vida &, do jornal O Estado de São Paulo de ontem (07/03/08).

Como eu já mencionei, ótimas idéias. Mas precisam ser implementadas. Este é o temor em torno das medidas atuais... Não seria bom, também, revisarem as medidas de quatro anos atrás?

Citando uma outra propaganda do (des)governo na TV: NÓS ESTAMOS DE OLHO!

sábado, 1 de março de 2008

SOLUÇÕES 1: Plantio de árvores em Itu pode entrar no "Guinness Book"

Ao invés de ficarmos apenas reclamando da destruição da natureza que não pára em nosso país
, vamos utilizar também este espaço para comentarmos soluções viáveis para a preservação e recuperação do meio-ambiente, pois afinal se os órgãos públicos raramente fazem sua parte, a população precisa tomar as rédeas e conscientizar-se de que precisa fazer alguma coisa!

Selecionei esta notícia, que saiu na imprensa nesta semana, por ser um exemplo relevante, ocorrido na cidade de Itu (SP), do que pode ser feito pelas comunidades, em pequena escala, mas podendo ampliar-se por toda parte. Leiam a notícia abaixo, da Folha On Line, e voltaremos a comentá-la:

28/02/2008 - 17h40

Plantio de árvores em Itu pode entrar no "Guinness Book"

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Itu

Milhares de pessoas fizeram um mutirão na quarta-feira (dia 27/02) para plantar, em 45 minutos, 30.550 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em duas áreas predeterminadas em Itu (103 km de SP), em um total de 11 hectares (cerca de 11 campos de futebol).

Com a ação, a prefeitura anunciou ter quebrado o recorde mundial de plantio de mudas de árvores no período --o objetivo era plantar 25 mil mudas em uma hora.

O pedido de oficialização do recorde será encaminhado à sede do "Guinness Book" ("Livro dos Recordes"), na Inglaterra.

Itu quer superar Huntly, na Escócia, que plantou 18.124 árvores em 40 minutos. Cerca de 10 mil voluntários participaram, segundo estimativa da prefeitura --eram esperados 5.000. "


Estão de parabéns os habitantes de Itu, bem como as organizações que promoveram este grande evento! Precisamos espalhar por todos os municípios do País iniciativas como esta. Temos tantas áreas livres que podem ser reflorestadas, diversas cidades que ocupam áreas outrora pertencentes à mata-atlântica hoje em dia apresentam aspectos tão áridos, que parecem situar-se no Oriente Médio, em pleno deserto, dada a falta de consciência da população brasileira! É um grande desperdício de espaço, tantas residências que possuem quintais, jardins e até calçadas espaçosas, onde não se planta nenhuma árvore, pelo contrário, elas são sumariamente destruídas muitas vezes.. Isso é triste, no país com maior biodiversidade do planeta as pessoas deveriam valorizar mais nossa flora nativa e, efetivamente, plantá-la! As árvores trazem muitas vantagens às cidades, embelezando-as com folhas e flores, trazendo pássaros, dando conforto ambiental aos moradores e pedestres com suas sombras, melhorando o clima em geral, protegendo as casas contra os ventos, etc.

Isso sem contar os parques, cada vez mais necessários como "ilhas" em meio ao concreto. Então por quê ao invés da cidade apenas possuir parques, os parques não poderiam "possuir as cidades"? Ou seja, a natureza precisa estar presente por toda parte, formando corredores ecológicos que se integram. Assim os parques ficam conectados uns aos outros por uma rede de "bairros-jardim", solução aliás que traz grande qualidade de vida às cidades americanas e inglesas, por exemplo. Mora-se na cidade como se estivesse no campo! Tudo bem, não podemos esquecer do grande nível de poluição que os "países desenvolvidos" trazem ao planeta. Mas ao menos tecnologia para isso ser revertido existe, e as árvores dão grande contribuição. Portanto temos sim que adotar soluções ambientalmente corretas que deram certo lá fora, e o passo inicial para isso é mudando nossa consciência!

O exemplo de Itu é um ótimo começo. Vamos levá-lo adiante em nossas cidades também, e competirmos por quem planta mais árvores! Esta é uma competição em que todos ganham!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

AMBIENTALISMO NÃO É DE ESQUERDA!

Vivemos tempos equivocados, como todos sabemos. Alguns movimentos importantes que ocorrem mundo afora são confundidos entre si. É o caso do movimento ambientalista: muitas vezes ele é erroneamente confundido com o movimento esquerdista. De fato, muitos esquerdistas apropriam-se da causa ambiental para se auto-promoverem. Voilá, se suas intenções são boas, é até aceitável. Mas colocar ambos os movimentos em uma vala comum é um erro crasso.

Acredito que o ambientalismo, ou "ecologismo" ou o nome que quiserem dar a ele, está acima de regimes políticos. É uma questão de sobrevivência e também uma questão de cidadania. Deveria ser obrigatório em currículos escolares, televisões, rádios, jornais divulgar esta causa, pois quanto mais gente aderir a ela, melhor. De certa forma está sendo divulgado, principalmente na mídia impressa, o que é muito bom.

O ambientalismo foi surgindo, timidamente, nos anos 70, quando as conseqüências da expansão da atividade humana pelo planeta já eram bem visíveis. Rios mortos, cidades com ar irrespirável, florestas acabando.. Mas ainda havia um "desenvolvimentismo" no ar, que não deixava o movimento aparecer.

No Brasil, o movimento ganhou força na década de 80, após a redemocratização. Foi justamente nesta época que os partidos de esquerda, outrora proibido, ganhavam força. Tudo isso foi importante, sem dúvida, para a consolidação da democracia (que até hoje é capenga). Lembro-me muito bem o quanto ficava assustado, no início da década de 80, quando se falava de efeito estufa (hoje rebatizado de aquecimento global) e quando eram mostradas as pilhas de toras na Amazônia. Aquilo tudo me causava assombro e o papel da imprensa em divulgar esses fatos foi primordial. Pena que até hoje não temos uma política para a Amazônia e a destruição continua mais acelerada... mas ao menos uma consciência se formou.
Agora é errôneo afirmar que apenas o capitalismo destrói. Nos países comunistas verdadeiros desastres ambientais ocorreram, muitos sem termos sabido e que provavelmente ainda matam milhares de pessoas até os dias de hoje. O expansionismo industrial a qualquer custo ocorreu também na União Soviética, com fábricas muito mais poluidoras que a dos países capitalistas e sem controle nenhum. A ordem do dia era dizimar as florestas boreais do norte da Rússia, verdadeiras "Amazônias de pinheiros sem fim". Na China do ditador tão festejado pelas esquerdas do mundo todo, o Mao Tsé Tung (o qual matou muito mais gente que o Hitler e ainda é aclamado!), as florestas eram consideradas inimigas e verdadeiras operações de guerra para dizimá-las eram empreendidas. A indústria semi-capitalista chinesa até hoje não respeita nenhuma regra ambiental, de saúde ou trabalhista. E o mundo todo se gaba de comprar produtos vindos de lá. E os exemplos não páram, mas o que se conclui de tudo isso é que é da natureza humanda destruir. Por isso que, volto a dizer, o ambientalismo precisa estar acima de regimes políticos, pois quaisquer que sejam, a destruição sempre foi uma constante.

Aqui mesmo, em nosso Brasil, os revolucionários-comunistas dos movimentos de sem-terra são responsáveis pelo desmatamento de grandes áreas amazônicas. Vendem madeiras ilegalmente para madeireiros e abandona (ou vendem - o que não é permitido fazer) a terra que ganharam de presente do (des)governo! Isso mostras que capitalismo e comunismo estão exaurindo a Amazônia.

É preciso, sim, encontrar uma solução alternativa. A solução não pode fugir do mercado. Nada pode fugir dele, pois o capitalismo surgiu naturalmente, já o comunismo foi inventado por teóricos e provou não funcionar. Então, por quê não valorizar a floresta em pé, com seus recursos biológicos valiosíssimos, os quais com pesquisa e tecnologia trariam muita renda aos povos Amazônicos? Hoje vi um protesto ridículo de populações de cidades madeireiras, instigados pelos donos de serrarias a agredirem fiscais do IBAMA. Além de serem massa de manobra, mal sabem que a atividade madeireira predatória esgota-se tão logo a floresta acaba, e isso acontece em menos de uma década em certos municípios. Aí só resta pobreza, crime e destruição. Por quê não pensar em emprego para sempre para estas populações?? Até elas não enxergam isso. Destruindo a floresta desta forma estão dando "tiro no pé". É uma economia suicida.

Portanto a solução passa por criar e incentivar novos mercados, um novo capitalismo sustentável ecologicamente. Muitas empresas adotam estas práticas, até porque elas dão lucro!
Outro exemplo seria incentivar a industrialização e até a exportação do pinhão, fruto da quase extinta araucária angustifólia. A procura por pinhões incentivaria o plantio de araucárias e a preservação das que produzem-os. O fruto deveria valer mais que a madeira. Para tanto, é preciso agregar valor ao mesmo. Criar mercados. Assim previne-se a extinção.
E por aí vai. O ambientalismo precisa é ser mais capitalista, aliar-se ao capital. Natureza viva dá dinheiro! É só o Brasil acordar para isso e investir! Sem esperar por governos, que demoram muito. A iniciativa privada chega mais rápido!


domingo, 17 de fevereiro de 2008

AJUDA ESTRANGEIRA : SIM OU NÃO?

Muitos consideram este assunto como um tanto delicado. Alguns evitam até mesmo tocar nele. E ao tocarmos neste assunto já nos vêm à mente aqueles comentários como "A Amazônia é nossa", alimentados por boatos de que os Estados Unidos e outras potências possuem planos de internacionalizá-la, que as ONGs estão cheias de agentes infiltrados em meio à selva, que em algumas tribos os indígenas só falam inglês e mais um monte de "lendas urbanas" (ou seriam "lendas selvagens") que entopem nossas caixas de emails ou ouvimos aí pelas ruas.

Não sabemos qual a veracidade destas lendas, mas uma coisa nós sabemos que é verdade: o Brasil não soube e não sabe cuidar da Amazônia! As terras estão entregues ao "Deus dará", tudo se faz por lá, nada se respeita, não existe lei, não existe estado e nada se faz para mudar isso além de discursos muitas vezes cínicos de nossos (des)governantes.

É claro que existem exemplos que deram certo em meio à selva, como reservas extrativistas bem administradas e que preservam o meio-ambiente, ou mesmo o pólo tecnológico de Manaus, que gera renda e evita a destruição da floresta no Estado do Amazonas, por manter grande parte de sua população empregada na capital, e não em meio à floresta.

Mas ainda falta muito para ser feito, embora idéias não faltem. Agora não podemos recusar ajuda internacional para a Amazônia. O atual governo recusa-a veementemente, em nome de um falso patriotismo. Alegar que os países desenvolvidos é que precisam poluir menos, porque sempre poluíram a Terra. Esta é a alegação mais fora de propósito que já ouvi. É óbvio que eles precisam reduzir seus níveis de poluição. Mas não é porque eles não vão reduzir que nós aqui ficaremos de braços cruzados. Afinal de contas, o Brasil já é o quarto maior poluidor. E a maior parte desta poluição provém das queimadas justamente aonde?? Na Amazônia!! Então é hora de nos movermos para reverter este quadro extremamente danoso ao planeta!

Acredito que toda ajuda seja bem-vinda. Existem fundos disponíveis no planeta. Se entidades internacionais pudessem comprar áreas na Amazônia para serem preservadas e bem administradas, ÓTIMO! Mas aí chegam aqueles "defensores da soberania", dizendo que o território nacional está sendo entregue aos estrangeiros, etc. Bem, se nas mãos dos brasileiros este território não foi bem cuidado, o que pode ser pior? E por aí vai, financiamentos à reservas florestais, financiamento para replantio de espécies nativas, tudo com certificação e fiscalização.. sobram idéias, sobra também burocracia ("burrocracia") contra elas.

Da nossa parte, como "meros mortais", o que cada um pode fazer? O consumidor tem muito poder nas mãos e pode fazer muito também, não comprando produtos provenientes dos desmatamentos ilegais. Se não houver o consumidor, não haverá o traficante seja lá do que for! Pra quê construir sua casa ou comprar seus móveis com madeira (fora) da lei proveniente da Amazônia? Exija e compre madeira certificada ou plantada! É possível reverter a situação planetária mudando hábitos e sem abdicar de nosso conforto, porém impactando menos na natureza.

Continuaremos esta discussão ainda, mas já dá pra ir pensando à respeito!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O santuário profanado

Este é o editorial do ESTADÃO (jornal O Estado de São Paulo) que saiu hoje, quinta-feira, dia 14 de Fevereiro de 2008, ainda falando sobre a questão dramática da Amazônia e a negligência e o cinismo explícito de nosso presidente e de sua equipe em relação a isto.
Eu não teria nada a acrescentar ao Editorial, por isso achei de suma importância reproduzi-lo aqui.
Boa leitura!


O santuário profanado

Em fins de janeiro, quando saíram as mais recentes estatísticas sobre o desmatamento da Amazônia, mostrando que a derrubada voltara a aumentar nos últimos cinco meses de 2007, revertendo a tendência dos três anos anteriores, a primeira reação do presidente Lula que chegou a conhecimento público foi a de convocar uma reunião ministerial, em caráter de urgência, e de anunciar medidas duras contra os presumíveis responsáveis pelo estrago. Não se sabe o que aconteceu em seguida na intimidade palaciana, mas o fato é que, passado um punhado de dias - e de novo parecendo justificar a sua auto-avaliação como a 'metamorfose ambulante' celebrizada pelo compositor Raul Seixas -, Lula deu de soltar o verbo para cima da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em plena queda-de-braço com o seu colega da Agricultura, Reinhold Stephanes, sobre a validade dos novos dados e as causas do surto que neles se exprimia.

Com efeito, nunca antes na história do seu governo, o presidente desautorizara a sua colaboradora - ou qualquer outro deles - com palavras tão acintosas. Primeiro, ele a acusou de fazer um alarde comparável ao do portador de um 'tumorzinho' que não espera a biópsia para se declarar canceroso. Horas depois, rebaixou o 'tumorzinho' à 'coceira' que, pelo desconforto que provoca, leva o paciente a se imaginar vítima de grave doença. Não obstante, como é do seu feitio, para agradar ao outro lado, Lula não deixou de considerar preocupante o aumento do desmate, advertindo que o governo não será tolerante com 'essa gente' que derruba árvores ilegalmente. Até o mais distraído dos brasileiros, porém, terá percebido que o que Lula pensa verdadeiramente do problema estava no carão passado à ministra - e na sua solidariedade com o 'parceiro' Blairo Maggi, o rei da soja que governa Mato Grosso, outro inimigo de Marina.

Tanto assim que, no encontro de terça-feira com o presidente francês Nicolas Sarkozy, na fronteira do Brasil com a Guiana, Lula fez questão de assinalar o seu distanciamento 'daqueles que defendem a Amazônia como um santuário da humanidade'. Afinal, argumentou, 'do lado brasileiro moram 25 milhões de pessoas que querem trabalho, comer, ter carro e acesso aos bens produzidos'. A seguir, para francês ver, tornou a recitar o lugar-comum sobre o desafio de desenvolver a região 'levando em conta a questão ambiental'. Ora, não é possível que o presidente não saiba que o retrato da Amazônia como um santuário é uma caricatura das preocupações dos ambientalistas e de todos quantos se alarmam, a justo título, com os efeitos do desflorestamento para a elevação dos níveis de gás carbônico na atmosfera, comprovadamente associada ao aquecimento global. A Amazônia, toda ela reserva ecológica intocável, é, hoje em dia, uma fantasia restrita às franjas radicais dos movimentos verdes - como tal, uma irrelevância.

Os estudiosos do ambiente que têm a cabeça no lugar e conhecimento da realidade amazônica já produziram pencas de estudos sobre a sua viável ocupação econômica diferenciada. Se fosse o caso, o presidente poderia aprender com cientistas brasileiros do quilate do físico José Goldemberg, por exemplo, quanto é simplória, além de irreal, a dicotomia entre a Amazônia santuário e a Amazônia aberta à exploração desbragada. Mas não é o caso. Para bom entendedor, a começar do que outrora se chamavam 'classes produtoras', o que Lula efetivamente disse anteontem em Saint-Georges do Oiapoque é que ele não está nem aí para os riscos ecológicos da colonização cega da Amazônia.

Para que não paire dúvida sobre isso, no mesmo dia em que Lula profanava o santuário amazônico, seu ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, prometia aos produtores rurais, apontados como os grandes responsáveis pelo desmatamento, que não vai abandoná-los. 'Ele concorda com as nossas posições e disse que o decreto tem de ser revisto', disse o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, referindo-se ao Decreto 6.321 publicado no final de 2007, que, segundo ele, 'na prática proíbe novos desmatamentos na Amazônia Legal'.

Como sempre acontece nesse governo, em que um ministro não sabe o que o outro faz - como ele próprio já disse -, obrigado a decidir a luta entre dois ministros, Lula deu a vitória a Stephanes. Por pontos, por enquanto.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

NOVO ABSURDO:Anistia aos desmatadores!

Caros amigos,
Não conseguimos imaginar a que ponto chegam os absurdos deste (des)governo.
Como já mencionei anteriormente, eu queria me limitar a discutir apenas meio-ambiente neste espaço. Até porque sabemos que a destruição da natureza independe de governos ou regimes políticos : é da natureza humana destruir tudo a sua volta.
Nós não deveríamos nos surpreender com notícias como a de hoje (domingo, 10 de fevereiro de 2008) no jornal O Estado de São Paulo: "Governo vai anistiar desmatador e reduzir áreas de preservação"
Precisa dizer mais alguma coisa? Simplesmente o governo irá ajudar estes criminosos a regularizarem a documentação das terras que eles pilharam e devastaram, obrigando-os a reflorestarem 50% delas, o que na prática, bem sabemos, acaba não acontecendo (ou então acontece, mas com eucalipto e outras espécies não-nativas do local). Com isso
o governo vai legalizar em torno de 220 mil quilômetros quadrados de Amazônia desmatada ilegalmente, uma área correspondente à soma dos Estados do Paraná e Sergipe!
Mais uma vez premia-se a ilegalidade "nesse país". O mesmo ocorre em nossas grandes cidades, onde áreas de proteção são invadidas criminosamente por favelas, que acabam com as matas nativas e os mananciais de água potável, e, anos depois, o governo regulariza estas áreas, quando devia esvaziá-las, são áreas de preservação que, se intocadas, beneficiam populações de milhões de pessoas! Da mesma forma que a Amazônia em pé beneficia a todo o mundo!

Caros amigos,
Para continuar a ler este e outros textos, gostaria que vocês conhecessem este livro.
Ele possui todos os TEXTOS deste blog REVISADOS E AMPLIADOS , bem como TEXTOS INÉDITOS também!
O livro "REFLEXÕES ECOLÓGICAS EM UM MUNDO INSUSTENTÁVEL" vocês podem adquirir clicando na imagem acima, no site CLUBE DE LEITORES.

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A luta do BLOG TREES FOREVER por um mundo mais sustentável e por governos mais sérios e atuantes na área ambiental vocês já conhecem. Esta luta é de todos nós e eu agradeço muito por estes quase dois anos de convivência aqui neste ambiente virtual!

Se possível, por favor ajudem-nos a divulgar este livro, enviando o site abaixo a seus amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, etc.:

http://clubedeautores.com.br/book/9850--REFLEXOES_ECOLOGICAS

Um forte abraço a todos e muito obrigado!!

Gabriel Bertran

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Parafraseando José Goldemberg

Dando continuidade ao triste assunto do desmatamento na Amazônia, que como sempre aumentou, estamos carecas de saber, eu não poderia deixar de citar os comentários, como sempre lúcidos, do físico José Goldemberg, publicados no jornal O Estado de São Paulo desta sexta-feira, 1º de Fevereiro de 2008.
Não teria muito a acrescentar ao que ele diz e, por serem bastante elucidativos, cito aqui alguns trechos:
"
O professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-ministro de Ciência e Tecnologia José Goldemberg defendeu ontem o trabalho do Inpe ao divulgar informações sobre uma recente alta do desmatamento na Amazônia. “Está ocorrendo uma desqualificação do trabalho do Inpe. Por que não reclamaram quando a taxa estava caindo?” "

Eu não gostaria de me aprofundar no assunto política, pois nosso blog refere-se a meio-ambiente, mas não podemos deixar de reparar que neste (des)governo lulla, quando os números são favoráveis a elles, sua máquina de propaganda não perde tempo em alardear vitórias (que na maior parte das vezes inexistem e, quando existem, devem-se mais a outros fatores e não ao 'trabalho' delles). Agora o pior de tudo é quererem desqualificar o trabalho de uma instituição científica, no caso o INPE, que possui reconhecimento internacional e diversas pesquisas publicadas, colocando toda a culpa pelo desmatamento nestes números! É mais um sinal do desprezo que o lulla nutre pelo conhecimento e pelas pessoas que dedicam anos e até vidas a adquiri-lo!

Finalmente, é uma forma muito simples de lidar com um problema complexo, que é o desmatamento da Amazônia, o qual o próprio lulla qualifica como uma "ferida", quando já passou da fase de tumor maligno e está se tornando metástase, pois espalhou-se por toda a região e alastra-se de forma destrutível e já incontrolável. E isso não é fazer alarde! É ser realista! E ninguém melhor que os cientistas para provarem o que a realidade nos mostra, escancaradamente!

Em relação às atitudes do presidente, novamente José Goldemberg demonstra sua lucidez, como vocês podem conferir em mais este trecho da reportagem do Estadão:
"
Em relação às críticas feitas anteontem por Luiz Inácio Lula da Silva, ele acha que o presidente está “fazendo o que não se vê desde a Antiguidade: matando os mensageiros”. Segundo Goldemberg, o trabalho do Inpe é “cuidadoso e um erro cometido não significa que todo o trabalho esteja errado sempre”."

Eu não teria o que acrescentar a esta definição do que ocorre, do descaso deste (des)governo com uma questão tão séria. É mais fácil para elles censurarem os números e até desmoralizarem os que chegaram a eles, através de complexas análises de imagens de satélite.
Agora não adianta fugir da questão principal: estes números mostram um pouco do que já perdemos de cobertura vegetal, de biodiversidade. Com certeza perdemos muito mais. E não se trata de meros números. São milhares de árvores, animais, plantas perdidas (algumas espécies sequer foram estudadas), para sempre. Pois dificilmente os responsáveis serão punidos, visto que quase tudo lá na Região Norte é feito ilegalmente e a legislação brasileira pode até ser rigorosa, mas não se aplica. E mesmo se fossem punidos com multas ao menos, governo nenhum nunca se preocupou em recuperar áreas desmatadas.
O pior de tudo é que, enquanto fica-se brigando por números (alguns governadores e prefeitos querem "revogar" estes números), a floresta continua caindo. Tecnologia existe para georreferenciar tudo por lá. O que falta é ação, é mandar recursos materiais e humanos para a região, para efetivamente fiscalizar, autuar e impedir novos crimes. A floresta está entregue a todos que quiserem pilhá-la. E a mentalidade brasileira, desde a colonização, sempre foi esta: a de esgotar os recursos naturais de determinado local e depois abandonar a terra arrasada, para reiniciar o ciclo em outro local. Mas uma hora a floresta acaba. E ate´ lá sera´ que teremos ar para respirar e água para beber?

sábado, 26 de janeiro de 2008

DESMATAMENTO AUMENTA NA AMAZÔNIA : NADA MUDOU

Desde que eu me conheço por gente (tenho cerca de 33 anos agora), só ouço notícias sobre o desmatamento na Amazônia aumentando. Isto poderia parecer normal, mas mesmo assim, nunca deixei de me indignar com este absurdo. Aliás, desde criança me alarmam estas notícias e isto foi fazendo com que eu me tornasse um ambientalista.

No início dos anos 80 começavam os alertas sobre efeito estufa e para que o ritmo de desmatamento na Amazônia diminuísse, pois já antevia-se, desde já, que o Planeta Terra estava chegando a um limite. Pode-se chamar isso de 'terrorismo ambiental',de radicalismo ou o que quiser, mas como eu cresci ouvindo estes alertas, considero-os certíssimos e assino embaixo dos mesmos, pois o ser humano provou que só muda diante de catástrofes.


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Gabriel Bertran

domingo, 20 de janeiro de 2008

Quando parar? E ONDE vamos parar?

A grande maioria das pessoas coloca sempre o fator econômico como prioritário para o planeta e, conseqüentemente, para suas vidas. É sempre o fator produtivo o que conta, o trabalhar o ganhar dinheiro, dar um bom padrão de vida à família etc.

Tudo bem, nada contra progredirmos economicamente, é fundamental, estamos aqui (também) para isso.
Mas... e o nosso planeta? Ele geralmente é relegado a último plano, como sem, numa análise simplista, não fizéssemos parte dele. E, o pior ainda, como se não fizéssemos parte da natureza!

O desenvolvimento industrial nos trouxe inúmeros confortos. Mas nos afastou da natureza sobremaneira. Pessoas vivem no alto de edifícios, parece que bem longe do chão (fisicamente e mentalmente), saem de lá através de elevadores e entram em automóveis, parecendo não depender das próprias pernas, a não ser para acelerar e frear (o que já é sinal que não dispensamos-as). Estas mesmas pessoas se alimentam de produtos industrializados, parecendo que não há nada de natural neles (e por incrível que pareça ainda há), vêem a vida através da televisão e, agora, da internet, parecendo que tudo o que está longe está perto, mas ao mesmo tempo distanciando-se ainda mais do mundo.

Tudo bem, não vamos chegar a um cenário "Blade Runner", conforme desenhou Ridley Scott em 1982 ou mesmo o de "Metropolis", desenhado por Fritz Lang em uma época de cinema mudo, mas que já se imaginava a sociedade pós-industrial plenamente dominada pelas máquinas e sem nenhum vestígio da natureza.
Sabemos que os "anos 2000" não são tão futuristas assim (ainda bem??).

Chegamos ao século XXI com uma tecnologia mais humanizada, como esta que permite colocarmos nossas idéias para o mundo sem sair de casa como estou fazendo agora e com a consciência (ao menos isso, graças à Deus!!!) de que a atividade humana prejudicou, e muito, o funcionamento do planeta, principalmente no quesito "clima" , cujas mudanças são visíveis e muitos já estão sentindo.

Não perderei tempo discorrendo sobre o aquecimento global, pois todos estão bastante "experts" no assunto, visto a ampla cobertura da imprensa sobre o tema.

A questão - e aí novamente voltamos ao tema "distanciamento do ser humano" - é o que cada um vem fazendo. E não se vê muito progresso neste sentido, o da iniciativa individual. Sim, porque se somos mais de 6 bilhões, se cada um fizer algo pelo mundo teremos algum efeito prático. Mas o ser humano está distanciado das causas ambientais. Sim, muitos (podemos dizer a maioria) estão preocupados, se dizem ambientalistas, estão ao menos informados, o que já é um começo. Mas na hora de fazerem alguma coisa, sempre vêm com a desculpa das prioridades, que é o trabalho, a família, ganhar dinheiro, etc. Esperam que governos façam algo, ou mesmo empresas... Bem, algumas até estão fazendo algo de concreto; dos governos não se pode dizer o mesmo. Aqui no Brasil priorizam grandes obras (o "desenvolvimentismo" dos anos 60 e 70 de volta - cujo preço pagamos até hoje), não se pensa em gerar energia em um mosaico de fontes alternativas, é preferível inundar e levar mais pobreza à Amazônia, aumentando o ciclo vicioso que há décadas acaba com nossas florestas. Este é só um exemplo da inversão de prioridades, e poderemos voltar quando quisermos à soluções em energias alternativas. Nos Estados Unidos prioriza-se sempre o econômico, e danem-se os acordos internacionais para redução da poluição e por aí vai.

E este descaso, esta inversão de prioridades ocorre tanto no macro quanto no micro. No dia-a-dia das pessoas parece muito difícil separar o lixo para reciclagem, deixar de lavar a calçada com nosso bem mais precioso (a água, não o petróleo!), plantar árvores nativas de nosso Brasil (nas novas casas só são plantados arbustos baixos que em nada acrescentam ao meio-ambiente), enquanto todo tipo de expansão urbana (tanto de classe alta quanto das mais miseráveis) se dá sobre áreas de matas nativas e mananciais e assim vamos, nesta nossa hipocrisia do dia-a-dia, em que as pessoas mais falam do que fazem e acham que só "o outro" deve fazer sua parte... Afinal de contas temos que trabalhar, né?

Mas e o amanhã??? Comeremos dinheiro??? Nossas próximas gerações vão respirar o que, beber o que?? Onde vamos parar? Ou a humanidade precisa parar??? É, ao menos parar para pensar ela precisa!
Voltaremos a estes temas sempre.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

REVOLTANTE:vi uma araucária sendo cortada hoje

Amigos, o que presenciei hoje (15/01/2008) foi revoltante, estou até agora nervoso,
mas o que pude fazer em termos de denúncia eu fiz, resta dividir com vocês os absurdos que vemos por aí..
Estava passando pela Rua Nicarágua, no belíssimo bairro do Bacacheri (por causa justamente de suas ÁRVORES, em Curitiba (PR), terra das araucárias, quando vejo, em um terreno baldio, uns homens com motosserra colocando algumas árvores abaixo,dentre elas uma ARAUCÁRIA, espécime que, pelo menos na lei, é protegida municipalmente e estadualmente... Fiquei revoltado, dei mais uma volta no quarteirão para comprovar e era verdade mesmo...Falei,de
dentro do carro, para os motosserristas que a araucária é protegida por lei e seu corte é proibido,mas eles tiraram sarro da minha cara,como se não estivesse nem aí.
O sangue subiu na cabeça,mas antes de fazer alguma besteira, dirigi por alguns quarteirões e gastei todos os créditos de meu celular para ligar para a prefeitura (156) e para o Batalhão de Polícia Ambiental (Força Verde). Dei o posicionamento da ocorrência para ambos os órgãos, ocupei o tempo que eu deveria estar em um cliente (atrasei e muito no cliente,mas primeiro a obrigação!) e fiz minha parte, mas sem deixar de me revoltar com este absurdo!!!
Fui ao cliente, minutos depois passei novamente pelo local e estava ela lá, a araucária, em pedaços, morta... e os homens foram embora.. não sei se a polícia ou a prefeitura passaram por lá.. se não passaram na hora,espero autuarem o dono do terreno.. a última esperança é que a
justiça seja feita.
Fica meu desabafo, se quiser denunciar o local fica na RUA NICARÁGUA,EM FRENTE AO NÚMERO 1604 (o terreno não tem número).
Os telefones para denúncia são:
PREFEITURA: 156 (só funciona dentro de Curitiba)
FORÇA VERDE: 41-3299-1350

Ignorância dos que destróem a si mesmos...

Boa noite, amigos!
Vamos iniciar aqui um bate-papo em nome da preservação das árvores, do meio-ambiente e, conseqüentemente, de nós mesmos.

São tantos os absurdos que vemos por aí, alimentados pela impunidade que reina por este país afora, que às vezes quase desanimo.

A biodiversidade mais rica do mundo, no caso a brasileira, é desprezada pelo próprio brasileiro, que destrói tudo, tanto nas matas quanto nas cidades, as quais estão ficando cada vez mais áridas, com a cruel substituição de nossas frondosas árvores nativas, tão bem adaptadas e que tantos benefícios nos trazem, por estes arbustos minimalistas e importados de outros países, que em nada acrescentam à nossa paisagem nem em beleza nem em fertilidade da terra, muito menos na atração de pássaros, sombreamento, etc. - benefícios que as árvores nativas BRASILEIRAS trazem!

Mas temos que falar de esperança, e a esperança vem de nossas ações, do que pudermos fazer para mudar!

Por isso vamos estimular o plantio de árvores nativas de nossas regiões, vamos denunciar abusos por parte da população ignorante ou das autoridades corruptas. Lembre-se, nós temos que ser os olhos e os ouvidos da natureza, em defesa dela!!!!

Abraço a todos e sejam bem-vindos!!