domingo, 20 de janeiro de 2008

Quando parar? E ONDE vamos parar?

A grande maioria das pessoas coloca sempre o fator econômico como prioritário para o planeta e, conseqüentemente, para suas vidas. É sempre o fator produtivo o que conta, o trabalhar o ganhar dinheiro, dar um bom padrão de vida à família etc.

Tudo bem, nada contra progredirmos economicamente, é fundamental, estamos aqui (também) para isso.
Mas... e o nosso planeta? Ele geralmente é relegado a último plano, como sem, numa análise simplista, não fizéssemos parte dele. E, o pior ainda, como se não fizéssemos parte da natureza!

O desenvolvimento industrial nos trouxe inúmeros confortos. Mas nos afastou da natureza sobremaneira. Pessoas vivem no alto de edifícios, parece que bem longe do chão (fisicamente e mentalmente), saem de lá através de elevadores e entram em automóveis, parecendo não depender das próprias pernas, a não ser para acelerar e frear (o que já é sinal que não dispensamos-as). Estas mesmas pessoas se alimentam de produtos industrializados, parecendo que não há nada de natural neles (e por incrível que pareça ainda há), vêem a vida através da televisão e, agora, da internet, parecendo que tudo o que está longe está perto, mas ao mesmo tempo distanciando-se ainda mais do mundo.

Tudo bem, não vamos chegar a um cenário "Blade Runner", conforme desenhou Ridley Scott em 1982 ou mesmo o de "Metropolis", desenhado por Fritz Lang em uma época de cinema mudo, mas que já se imaginava a sociedade pós-industrial plenamente dominada pelas máquinas e sem nenhum vestígio da natureza.
Sabemos que os "anos 2000" não são tão futuristas assim (ainda bem??).

Chegamos ao século XXI com uma tecnologia mais humanizada, como esta que permite colocarmos nossas idéias para o mundo sem sair de casa como estou fazendo agora e com a consciência (ao menos isso, graças à Deus!!!) de que a atividade humana prejudicou, e muito, o funcionamento do planeta, principalmente no quesito "clima" , cujas mudanças são visíveis e muitos já estão sentindo.

Não perderei tempo discorrendo sobre o aquecimento global, pois todos estão bastante "experts" no assunto, visto a ampla cobertura da imprensa sobre o tema.

A questão - e aí novamente voltamos ao tema "distanciamento do ser humano" - é o que cada um vem fazendo. E não se vê muito progresso neste sentido, o da iniciativa individual. Sim, porque se somos mais de 6 bilhões, se cada um fizer algo pelo mundo teremos algum efeito prático. Mas o ser humano está distanciado das causas ambientais. Sim, muitos (podemos dizer a maioria) estão preocupados, se dizem ambientalistas, estão ao menos informados, o que já é um começo. Mas na hora de fazerem alguma coisa, sempre vêm com a desculpa das prioridades, que é o trabalho, a família, ganhar dinheiro, etc. Esperam que governos façam algo, ou mesmo empresas... Bem, algumas até estão fazendo algo de concreto; dos governos não se pode dizer o mesmo. Aqui no Brasil priorizam grandes obras (o "desenvolvimentismo" dos anos 60 e 70 de volta - cujo preço pagamos até hoje), não se pensa em gerar energia em um mosaico de fontes alternativas, é preferível inundar e levar mais pobreza à Amazônia, aumentando o ciclo vicioso que há décadas acaba com nossas florestas. Este é só um exemplo da inversão de prioridades, e poderemos voltar quando quisermos à soluções em energias alternativas. Nos Estados Unidos prioriza-se sempre o econômico, e danem-se os acordos internacionais para redução da poluição e por aí vai.

E este descaso, esta inversão de prioridades ocorre tanto no macro quanto no micro. No dia-a-dia das pessoas parece muito difícil separar o lixo para reciclagem, deixar de lavar a calçada com nosso bem mais precioso (a água, não o petróleo!), plantar árvores nativas de nosso Brasil (nas novas casas só são plantados arbustos baixos que em nada acrescentam ao meio-ambiente), enquanto todo tipo de expansão urbana (tanto de classe alta quanto das mais miseráveis) se dá sobre áreas de matas nativas e mananciais e assim vamos, nesta nossa hipocrisia do dia-a-dia, em que as pessoas mais falam do que fazem e acham que só "o outro" deve fazer sua parte... Afinal de contas temos que trabalhar, né?

Mas e o amanhã??? Comeremos dinheiro??? Nossas próximas gerações vão respirar o que, beber o que?? Onde vamos parar? Ou a humanidade precisa parar??? É, ao menos parar para pensar ela precisa!
Voltaremos a estes temas sempre.

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