sábado, 30 de agosto de 2008

ESCRAVIDÃO E DESMATAMENTO EM TERRAS DA PETROBRÁS

Nesta sexta-feira (29 de agosto), houve uma notícia muito pouco divulgada: o Ministério do Trabalho atendeu a uma denúncia de trabalho escravo, inclusive utilizando-se de crianças, em uma área de São Mateus do Sul, região sul do estado do Paraná. Os trabalhadores estavam sendo cruelmente empregados para desmatar uma área de floresta atlântica nativa, inclusive com araucárias. Agora o pior de tudo: as terras pertencem à PETROBRÁS. Sim, a mesma gigantesca empresa semi-estatal, orgulho brasileiro, que tanto apregoa na mídia que "tudo o que faz é com responsabilidade social e ambiental". Segundo as reportagens (links abaixo), as áreas estavam sendo desmatadas pelos antigos proprietários, porque a Petrobrás iria explorar xisto nelas. É muito estranha esta preocupação "ambiental e social" da Petrobrás. Será que nem sequer se deram ao trabalho de fiscalizar se as áreas, devido à sua vegetação nativa, poderiam ou não ser desmatadas? Pior ainda, nem se deram conta de que os trabalhadores empregados neste crime também eram vítimas de um outro crime, o de escravidão, dadas as condições de trabalho, sem nenhuma segurança, e moradia, sem nenhuma higiene, em que eles se encontravam?

Funcionários da Petrobrás encontrados no local não quiseram se pronunciar. E, é claro, este será mais um caso abafado nos atuais tempos "deççe paíz", em que tudo o que for feito em nome deste pseudo-crescimento, deste pseudo-desenvolvimento, do qual o (des)governo tanto faz propaganda, é justificável. Nunca se destruiu tanto as nossas florestas como agora, principalmente a Amazônia, só que na propaganda oficial tudo vai bem, o novo ministro com suas bravatas parece "botar ordem no galinheiro", enquanto vê-se pessoas morando em um galinheiro, como vocês podem conferir nesta reportagem abaixo. Inclusive ela foi exibida na Rede Globo no horário das 6h:30 da manhã, quando poucas pessoas ligam a televisão. Nos jornais em horário nobre está tudo sempre às mil maravilhas, com inflação em queda, brasileiros comprando cada vez mais, classe média crescendo, etc, do jeitinho que o (des)governo manda a imprensa noticiar. Tudo em nome da propaganda oficial, paga com a publicidade destas semi-estatais, que implantam um "Capitalismo de Estado" aos poucos em nosso país, com quadros funcionais inchados de petralhas indicados. E ai de quem falar mal "delles".


Esta é a revolução que o petismo nos trás. E dentro dela tudo é possível. Até explorar os menos de 1% de florestas de araucárias existentes no Paraná, se for feito pela estatal, não tem problema. Os fins justificam os meios. E olha que o "pré-sal" ainda nem chegou, imagine o que será feito em nome daquilo!

Aí vão as reportagens que tratam deste triplo crime:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=802927&tit=Flagrante-de-escravidao-em-area-da-Petrobras

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM874887-7823-FISCAIS+DO+TRABALHO+LOCALIZARAM+CASOS+DE+ESCRAVIDAO+NO+PARANA,00.html

2 comentários:

Fusca disse...

Muito bem analisado e resumido!
Na neoditadura não se pode comentar a verdade:
Contrariando todo o histórico da Petrobrás, este ano a produção CAIU e custando o dobro por galão do que custava no passado... e isto depois da mentirosa 'auto-suficiênica' reeleitoreira...
E os projetos iniciados antes do desgoverno estão todos atrasados (ou parados, não sabemos), pois o poço de Mexilhão, previsto para iniciar em 2005, até hoje não produz.
E quanto ao desmatamento, este ano registra 60% a mais do que no ano anterior, o que é um desastre, pois no desgoverno lulopetista somente aumentaram a criminalidade, a corrupção, a impunidade e o desmatamento com desdém pelo destino do povo da Amazônia e do sertão (transposição do Velho Chico).
Nem o emprego nem os salários voltaram à época em que o Brasil tinha um governo e o mundo estava em crise.

weiss disse...

É...de mau a pior!
Mas no caso a Petrobrás tira da reta alegando que eram terceirizados dos ex-proprietários,quem desmatou; sabemos que a responsabilidade é da Petrobrás, mas bons advogados e uma imprensa intere$$ada resolvem fácil a questão...