terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Final de ano pífio para o Meio-Ambiente

Vamos terminando mais um ano, mais uma vez de forma pífia para o meio-ambiente.

Apenas recapitulando rapidamente, a Conferência do Clima em Copenhage (COP-15) não teve quase nenhum resultado, grande parte dos países rejeitou qualquer acordo e o evento terminou sem nenhum documento final e nem mesmo foto oficial.

O Mercado de Carbono, que era um dos poucos que o planeta fez para tentar reduzir as emissões de CO2, está ameaçado e desmoralizado. Nem mesmo aprovou-se o tão esperado REDD, o mecanismo de redução por desmatamento evitado, super necessário ao mundo atual.

Não é preciso dizer que os resultados das emissões estão aí para todos verem: desordens climáticas por toda parte. Quando mais precisamos de algum esforço, ele não é feito. E o evento que seria "histórico", não passou de mera encenação.

Tirando a gravíssima gafe da candidata terrorista dilma (que disse que "O meio-ambiente atrapalha o desenvolvimento sustentável" ou algo assim - vá se entender), nosso presiMENTE até fez discursos que dão a impressão do Brasil querer fazer alguma coisa. Detalhe que elle se posa agora como ambientalista, tendo sido sempre contra a preservação ambiental.

Mas ao chegarem aqui, os membros deste (des)governo aprovaram uma "lei de mundanças climáticas" que é meramente decorativa. Esta lei estimulará desastres ambientais, como as grandes usinas hidrelétricas e também "vetará" a redução do consumo de petróleo (abrindo uma reserva de mercado para o famigerado "pré-sal"). Mal sabem elles que o planeta, por si só, está reduzindo e reduzirá cada vez mais o consumo de combustíveis fósseis. E brevemente a "maior descoberta de petróleo da história" não servirá para nada além de encher os bolsos (e cuecas) dos comparsas do PT e do PMDB.

Enquanto isso, sabe-se que só com o potencial eólico do Brasil poderíamos produzir energia equivalente a 10 Itaipus. Isso sem contar com as energias solar e biomassa, dentre outras formas. Mas o investimento em Belo Monte e Jirau está a pleno vapor. Tudo em nome do "desenvolvimentismo", ao sabor da ditadura militar dos anos 70. A dilma quer um estado forte e totalitário. As tentativas de censura aumentam cada vez mais. O legislativo e o judiciário estão comprados pelo PT. E, finalmente, o Hugo Chaves entrou para bagunçar o Mercosul...

O que mais falta? Desejar um Feliz 2010 a todos e o meio-ambiente que se cuide!!

Abraços!!

Gabriel Bertran



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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

LANÇAMENTO: LIVRO DESTE BLOG !

Caros amigos,
Gostaria de divulgar a vocês que o conteúdo deste blog foi publicado no livro "REFLEXÕES ECOLÓGICAS EM UM MUNDO INSUSTENTÁVEL", conforme foto acima

Os textos foram todos REVISADOS, AMPLIADOS e ainda inserimos TEXTOS INÉDITOS na publicação!

O livro está disponível para compra no site CLUBE DE AUTORES.

Os leitores que quiserem guardar este conteúdo em sua biblioteca ou mesmo dá-lo de presente a amigos, eu ficarei bastante honrado!

A luta do TREES FOREVER por um mundo mais sustentável e por governos mais sérios e atuantes na área ambiental vocês já conhecem. Esta luta é de todos nós e eu agradeço muito por estes quase dois anos de convivência aqui neste ambiente virtual!

Se possível, por favor ajudem-nos a divulgar este livro, enviando o site abaixo a seus amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, etc.:

http://clubedeautores.com.br/book/9850--REFLEXOES_ECOLOGICAS

Um forte abraço a todos e muito obrigado!!

Gabriel Bertran

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

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Gabriel Bertran

sábado, 28 de novembro de 2009

Os sinais já são visíveis


Pegando um "gancho" no assunto do artigo anterior deste blog, os sinais de inabitabilidade do Planeta Terra, causados pela ação do homem, estão mais visíveis do que nunca. É impossível, a qualquer cético, não percebê-los. Vamos enumerar rapidamente alguns fatos bastante exemplares que foram noticiados durante a última semana, às vésperas que estamos da Conferência do Clima, em Copenhage (Dinamarca), onde algum acordo mundial (extremamente necessário) não sabe-se se vai mesmo ser firmado, devido à resistência de muitos países, que parecem não enxergar a realidade (ou não querem).

Vamos a algumas evidências das mudanças em curso:
- No Recife (Pernambuco, Brasil) a perda de áreas urbanas para o mar já preocupa a população, estimando-se prejuízos imensos aos imóveis construídos junto à orla marítima. Pessoas que vivem há mais tempo na cidade percebem que locais onde antes havia areia, ocupada com quiosques de vendas de água de coco e locais de prática esportiva, hoje são ocupados pelo mar.

- Da mesma forma, no litoral paulista também percebe-se a redução de diversas praias ao longo dos anos (sem retorno à condição anterior, comprovando que não é um fator "cíclico", como muitos dizem). A praia do Gonzaguinha, em São Vicente, está quase desaparecendo. Diversas praias de Ubatuba também sofrem redução bastante significativa. Obviamente que a construção desenfreada de edifícios, portos, estradas,etc. junto à faixa litorânea brasileira altera significativamente a dinâmica da região. Isso aliado ao aumento global do nível dos mares já gera um prejuízo estimado em R$ 207,5 bilhões aos proprietários de imóveis em toda a costa de nosso país.

- Na Suíça um de seus principais atrativos turísticos, que são as estações de esqui nos Alpes, estão ameaçados pela redução gradativa da neve, ano a ano. Estima-se que o país poderá perder US$ 1,6 bilhão por ano se esquiadores passarem a deixar de visitar as montanhas. Até mesmo olimpíadas de inverno estão sendo ameaçadas de continuar sendo realizadas (estações de esqui em outros países, como Canadá e Estados Unidos, sofrem o mesmo efeito). O sinal real disso é que bancos estão negando empréstimos a estações de esqui em pontos mais baixos, mais vulneráveis à falta de neve, assim como patrocinadores de jogos de inverno estão repensando se continuam a investir neles. Será que nem quando o "bolso" das empresas começa a ser afetado pelo aquecimento global, os países não vão pensar em fazer algo para tentar reverter esta tendência?

- Na cidade de Iqaluit, em pleno ártico canadense, habitat há séculos dos povos esquimós da etnia inuíte (famosos por sobrevivência no gelo), o aquecimento global não é um problema para o "futuro da humanidade", segundo conclui a prefeita Elisapee Sheutiapik. No verão do ano passado a temperatura bateu em 26 graus célsius, em pleno ártico, algo nunca visto por lá! Ao mesmo tempo que o degelo libera áreas de terra, que antes não podiam ser habitadas, o aumento do volume das águas inunda diversas áreas e chegou até a derrubar uma ponte. E os lagos congelados por onde podia-se caminhar, antes tão conhecidos dos moradores, não se sabe mais quando nem por quanto tempo estarão em condições de serem atravessados a pé...

- A ilha de Kiribati, no Oceano Pacífico, está ameaçadíssima de desaparecer e o presidente Anote Tong já guarda recursos do país para uma possível realocação de seus 100.000 habitantes em algum outro lugar do planeta, pois cada vez mais a população é ameaçada por tempestades nunca antes vistas e pela invasão das águas do mar sobre suas terras, cuja altitude não ultrapassa os 5 metros sobre o nível do mar. E este é apenas um exemplo, dentre várias ilhas do Pacífico que encontram-se sob a mesma ameaça - detalhe é que são países que emitem pouquíssimo carbono em relação à média mundial, mas são os mais ameaçados.

-A Holanda já investe em casas anfíbias, construídas sobre a água e cuja altura pode variar através de elevadores hidráulicos, pois o país - em grande parte situado abaixo do nível do mar - já não vê os diques de contenção como suficientes. Vislumbra-se a possibilidade de transferir grande parte de sua população para dentro da própria água.

- Na região da Patagônia, no sul da Argentina, tempestades de areia inviabilizam fazendas inteiras. A mudança climática tornou a região, antes fria e seca, um pouco mais quente e úmida após os anos 1970, o que fez com que muitos fazendeiros instalassem-se na região, desmatando as florestas existentes para substituí-las por pastagens e plantações. Depois disso, o nível pluviométrico veio a baixar novamente e a ausência de florestas não conteve a areia, que começou a cair sobre as outrora verdes pastagens e plantações. Sinais de que o desrespeito à natureza traz suas conseqüências.

- Na região do Caribe e proximidades, incluindo Cuba e também o sul dos Estados Unidos o volume de tempestades, que incluem tornados, aumenta sem parar. Entre 1980 e 1990 houve uma média de 10 tempestades tropicais por ano na região. Entre 1998 e 2007 a média passou para 15 por ano, sendo que 8 delas são furacões. Se nem a riquíssima nação norte-americana ainda não teve tempo de adaptar-se a um número tão grande de catástrofes ambientais (vide o Katrina, em New Orleans), imaginem a paupérrima Cuba, que hoje até aceita ajuda financeira e tecnológica de entidades provindas de seu grande "inimigo imperialista", para reparar os danos sem fim que as desordens climáticas causam à população local.

- O sul do Brasil já possui áreas quase inviabilizadas para a moradia em grande parte do ano. Só no Rio Grande do Sul em dois meses e meio, já foram 12 temporais fortes, considerados desastres naturais pela Defesa Civil do Estado. Nos últimos 15 dias, 66 cidades decretaram situação de emergência. E 15,8 mil casas foram danificadas. Quase 5 mil pessoas estão sem ter onde morar e mais de 20 mil pessoas tiveram que deixar as casas em todo o estado.Importante notar que várias destas regiões sofreram com secas nunca vistas há muito pouco tempo. São extremos climáticos que não existiam. Não precisamos nem mencionar Santa Catarina, onde um desastre climático destruiu boa parte do Vale do Itajaí e adjacências há um ano atrás, sendo que este ano as chuvas causaram estragos novamente na mesma região. No oeste e norte do Paraná também são vistos tornados a praticamente todas as semanas, devastando diversas cidades. Estas regiões também sofreram seca recentemente. E importante notar que, nos últimos 50 a 60 anos, estas áreas tiveram suas florestas dizimadas em nome do "desenvolvimento" e da abertura das "fronteiras agrícolas" (sempre este mesmo discurso). Se uma política de preservação tivesse sido implementada, talvez não tivéssemos ventos e inundações tão fortes. A água e o ar deslocam-se com muito mais rapidez sem as barreiras naturais, são leis da física.

- As secas Amazônicas, que assustaram o mundo no ano de 2005, voltaram este ano, contradizendo o mito de que as águas da região são 'infinitas' (ilusão que leva à construção de imensas hidrelétricas por lá) e confirmando o perigo de "savanização" da floresta; que pode ocorrer se as mudanças climáticas e o desmatamento se intensificarem ainda mais;

- O derretimento das geleiras nos países andinos, como Peru, Bolívia, Chile, Argentina; já ameaça o abastecimento de água em várias cidades à beira dos Andes (em muitos locais já não há quase mais gelo algum).

Existem muitos outros casos, além dos citados acima que poderíamos listar aqui. E é importante ressaltar que as emissões de gases estufa aumentaram 62% apenas no Brasil entre 1990 e 2005. A proposta do Brasil em Copenhage não trará obrigatoriedade de corte de emissões, apenas "intenções". Da mesma forma os Estados Unidos quer agir, alegando não saber se o congresso aprovará as reduções. Assim também pensam paises como Australia e Canadá (que nem assinaram Kyoto, em 2007). A China (o maior emissor atual), que ia até boicotar a reunião, agora propõe medidas de eficiência energética (e eles têm condições). Os países pobres alegam que só os ricos precisam reduzir (esquecendo-se que nenhum acordo é possível sem a anuência dos "pobres", pois mais da metade das emissões do Planeta provém deles!). Enfim, quase todos ficam na superficialidade, enquanto os efeitos do aquecimento estão aí visíveis para quem quiser e para quem não quiser enxergá-los.

E olha que mudanças na matriz energética não são impossíveis, pois a tecnologia está aí, e nem tão caras, visto que com a escala reduziriam-se os custos! Só os desertos dos Estados Unidos e da China são suficientes para gerar energia solar e eólica para ambos os países mais poluidores! Se a Alemanha e a Dinamarca, por exemplo, que são países muito menores e com menos sol, estão conseguindo mudar suas matrizes para energias limpas, porque países maiores não conseguem? O Brasil, então, com toda a abundância de vento e sol, quer investir em hidrelétricas que sumbergem florestas (as quais absorvem carbono) e termoelétricas ultrapassadas e poluentes! Ou seja, tudo na contra-mão!

Sabe-se que quaisquer ações que sejam tomadas não terão impactos necessários na diminuição das mudanças climáticas. O que vivemos hoje é conseqüência, muitas vezes, da poluição ocorrida há mais de 50 anos atrás. Portanto estamos atrasados em começar a tomar providências. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo é um caminho, muita coisa já começou a ser feita, mas é preciso ter continuidade. Esperamos que Copenhage nos mostre esta continuidade.


Fonte das Informações: Jornal O Estado de São Paulo, edições entre 25 e 27 de Novembro de 2009

Caros amigos,
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Gabriel Bertran

sábado, 21 de novembro de 2009

A Terra está se tornando inabitável?


Sabe-se que, em termos geológicos, o ser humano está há muito pouco tempo habitando o Planeta Terra. Não vou entrar em detalhes científicos, mas existem estudos comprovando que, proporcionalmente, se a Terra existisse há um ano, nós teríamos chegado aqui mais ou menos às 23h45 do dia 31 de dezembro, ou seja, nos últimos 15 minutos. Os dados são aproximados, mas servem para ilustrar que este pequeno grão de areia solto no espaço, que é nosso planeta, não precisa de nós.

A pergunta é: esta esfera de pedra onde por acaso nós nos instalamos estará se tornando inabitável para nós mesmos, em função das mudanças que nós, em tão pouco tempo, causamos nela? O mais incrível é que grande parte desta destruição deu-se nos últimos 100 anos; apesar de estimar-se que o homem surgiu aqui há mais de 2 milhões de anos. Ou seja, foi um impacto muito rápido o que se deu desde a revolução industrial.

Voltando à pergunta-título deste artigo, ela poderia justificar-se por diversas evidências desta inabitabilidade que vemos pelo planeta afora. Não precisamos ir muito longe. Aqui mesmo, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil as tempestades estão tornando-se tão freqüentes que parecem inviabilizar a vida em determinadas cidades e em suas cercanias. Veja-se quantas localidades do Rio Grande do Sul está debaixo d´água semanalmente. No Oeste e Norte do Paraná as tempestades com rajadas de vento (praticamente semanais também) destróem casas, árvores, postes e tudo o que tem pela frente. Em São Paulo as chuvas acima de média constantemente inviabilizam regiões inteiras da metrópole, que ficam embaixo da água. Diversas vezes comentamos aqui a inviabilidade do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, que em vista das condições geográficas e ampla destruição florestal, submerge a qualquer chuva, como vimos em novembro de 2008 e na metade de 2009 também. E não é preciso nem mencionar diversas ilhas do Pacífico que constantemente submergem ou mesmo o furacão Katrina, que há poucos anos atrás destruiu New Orleans, nos Estados Unidos.

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O Apagão Ambiental


Nesta semana o Brasil sofreu um "apagão" energético, tendo o corte de energia atingido cerca de 18 estados da federação, por volta das 22h da terça-feira (dia 10/11).

Não iremos nos ater aos detalhes do ocorrido, pois a imprensa já nos forneceu notícias suficientes sobre o assunto nos últimos dias.

Nem mesmo podemos atribuir, ainda, culpados pelo desastre. Seria muita irresponsabilidade de nossa parte. Da mesma forma, foi de grande irresponsabilidade o governo federal querer "encerrar" o assunto menos de 48 horas após tamanho transtorno ter acontecido. Bem aos moldes de governos ditatoriais como o da antiga União Soviética, o discurso oficial quis apenas apaziguar os fatos, alegando "estar tudo bem" e atribuindo causas climáticas à queda de energia. Tais discursos vergonhosos foram perpetrados pelo ministro Edison Lobão, das Minas e Energia e pela ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil. É visível a ocultação e a negação de fatos, como por exemplo a tentativa de calr o respeitado INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que em suas investigações meteorológicas não detectou raios no local por onde passa a rede de alta tensão de Furnas em Itaberá (SP), onde alega-se ter ocorrido a causa do blecaute. Leiam mais em http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091112/not_imp465216,0.php

Só gostaria de saber por que esta pressa em afirmar que a culpa são dos raios (sem ao menos investigarem), assim como a pressa em "encerrar o assunto"? Isso sem contar a agressividade da ministra com os jornalistas, tentando se defender e antecipando-se que o "apagão da época do pres.Fernando Henrique foi muito pior". A discussão deveria ser técnica, e não política.

Não vou me estender nas causas do apagão, primeiramente por minha formação não ser em engenharia elétrica nem mesmo áreas correlatas. Segundo porque as investigações nem bem começaram. O que eu quero, como cidadão brasileiro (e acho que boa parte dos leitores aqui também) é que os fatos sejam esclarecidos e providências tomadas, pois nada pode pagar o transtorno que milhões de brasileiros passaram naquela noite. Quero que os dirigentes destas estatais - a maioria apadrinhados do PT e do PMDB e que nada entendem sobre o sistema elétrico - sejam honestos uma vez na vida e expliquem-se. Sei que isto é pedir muito a este (des)governo.

E o que acontece, como sempre, em nosso país, é que o maior prejudicado sempre é o meio-ambiente e, por conseguinte, nós, cidadãos, pois dependemos da natureza equilibrada - por mais que ela não esteja. Estranhamente, o novo "apagão" causou, imediatamente, o apressamento da licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em plena Amazônia, uma das obras faraônicas e destruidoras ambientais que justamente o Brasil não precisa! Foi bastante estranho tal anúncio e quem perde, como já mencionado, é a natureza, a biodiversidade, nossos rios, nossas florestas... Por mais que aleguem que as novas usinas causam impactos "mínimos" no meio-ambiente, as exigências nunca são cumpridas e obras de tal magnitude levam uma quantidade imensa de imigrantes para o meio da floresta que, após o encerramento delas, ficarão desempregados e depredarão tudo o que estiver a sua volta por falta de opção, pois como sempre, nada é amplamente planejado no Brasil. Tudo é imediatista. Várias experiências com grandes obras como estas nos mostram o cenário de destruição que deixam.

E por falar em imediatismo, ...

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Gabriel Bertran

Matéria no site da Itambé:O sustentável deve ser acessível

O sustentável deve ser acessível

Seminário ECOARQ detecta que o Brasil tem leis ambientais avançadas, mas que carecem de incentivos para que a cadeia produtiva da construção civil as absorva

O seminário ECOARQ destacou as construções que surgem no Brasil com a certificação LEED

O seminário ECOARQ destacou as construções que surgem no Brasil com a certificação LEED

Curitiba sediou no começo de outubro o 2.º Seminário Brasileiro sobre Arquitetura Sustentável (ECOARQ) . O encontro debateu a união de esforços entre arquitetura, urbanismo, engenharia civil, paisagismo e design de materiais e interiores para colaborar com a minimização do impacto ambiental.

Uma das conclusões é de que o Brasil dispõe de leis ambientais modernas, mas que carecem de incentivos para entrarem no dia a dia da cadeia produtiva da construção civil. É o que revela o arquiteto Gabriel Bertran, um dos organizados do ECOARQ, que sintetiza na entrevista abaixo o que foi debatido no seminário. Confira:

Já há um consenso entre arquitetura, urbanismo, engenharia civil e paisagismo sobre os impactos das obras sobre o meio ambiente? Caso sim, quais medidas estão sendo tomadas?
Creio ainda não haver este consenso. O que existe são ações isoladas em cada uma das áreas, as quais de fato poderiam ser integradas. As medidas que estão sendo tomadas ainda são, em sua maioria, de caráter individual, como, por exemplo, uma minoria de arquitetos e construtoras conscientes construindo de forma sustentável. Há também algumas indústrias que incorporam sustentabilidade em parte de seus processos de produção e também o voluntarismo de alguns empreendimentos que acabam recebendo certificados de sustentabilidade. Quanto ao poder público, há leis ambientais avançadíssimas, mas faltam serem aplicadas de forma mais ampla. Elas carecem de incentivos, como corte de impostos, para que toda a cadeia produtiva utilize mais soluções sustentáveis e se crie realmente uma mudança no mercado para estes produtos e processos a serem usados.

Quais são, hoje, os principais casos de sucesso na construção civil sustentável, seja em Curitiba, no Paraná, no Brasil ou fora dele?
Em Curitiba, está em fase de conclusão o primeiro edifício com certificação LEED (do inglês Leadership in Energy and Environmental Design – Liderança em Design de Energia e Meio Ambiente) no Paraná. A certificação é concedida pelo Green Building Council (GBC Brasil), uma organização mundial sem fins lucrativos que certifica edificações que cumpram determinados requisitos sustentáveis. O edifício é o Curitiba Office Park, no Jardim Botânico. No caso do Brasil, existem cerca de 140 empreendimentos certificados ou em fase de certificação pelo GBC Brasil – a maioria deles em São Paulo e, geralmente, grandes empreendimentos comerciais. Mas isto já mostra uma tendência, pois a sustentabilidade, além de valorizar mais estes empreendimentos, gera economia de energia, água e manutenção em sua operação. Em relação aos empreendimentos residenciais, existem inúmeras ações isoladas, inclusive algumas delas provêm dos anos 70 e 80. Porém, não são catalogadas, a não ser em revistas especializadas. No mundo, mais de 45 países já incorporam a sustentabilidade em construções, sendo os principais França, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Brasil, China, Índia e Japão. Já há mais de mil edificações certificadas como sustentáveis no planeta. Além do selo LEED, existe o selo HQE francês, bem como certificações específicas da Alemanha, Inglaterra e Austrália.

Gabriel Bertrand: “O sustentável deve ser acessível. Assim, a sustentabilidade torna-se mais conhecida.”

Gabriel Bertran

Entre as palestras ministradas no seminário ECOARQ, qual agregou mais riqueza ao debate?
Todas foram de uma riqueza conceitual imensa, inclusive com temas complementares uma a outra. Eu destacaria a palestra dos arquitetos Sérgio Prado e Márcia Macul, os quais propuseram um sistema integrado de gestão de resíduos, chamado “Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável”. Trata-se de um projeto totalmente viável, já com materiais de construção super-resistentes, desenvolvidos a partir de todo tipo de resíduos urbanos, industriais e de construção. Além da inclusão social, tal projeto resolve o problema da poluição urbana pelos rejeitos que a sociedade dispõe. Envolve arquitetura, meio-ambiente, energia e um sistema de gestão para tudo isso. Destacaria também a palestra e o curso do doutor Eloy Casagrande, professor da UTFPR, em que ele demonstrou com exemplos práticos como podemos utilizar inúmeros materiais de construção ecológicos sem gastar muito. Envolve tanto produtos industrializados como também reaproveitados, feitos a partir de materiais que são muitas vezes rejeitados.

Como os profissionais da área de construção civil vêm se preocupando com as questões bioclimáticas e ambientais?
Neste sentido, eu destacaria a palestra do arquiteto Tomaz Lotufo como exemplo. Ele pratica em seus projetos, no interior de São Paulo, arquiteturas de baixo impacto, aproveitando os recursos do local, como o barro e os entulhos, por exemplo, para construir casas de excelente qualidade arquitetônica e confortáveis ambientalmente. Foram apresentadas, também, soluções de saneamento natural (tratamento biológico de esgoto), bem como a utilização de tijolos solo-cimento, que não são queimados e, portanto, emitem baixo carbono. Enfim, são soluções simples que trazem qualidade à construção civil e preservam os recursos naturais. Além disso, podem ser executadas por qualquer um. Isto é o que chamaríamos de arquitetura bioclimática. Por enquanto, temos poucos exemplos como este no Brasil, apesar de tais tecnologias estarem presentes, muitas vezes, há séculos em nosso planeta. A questão é divulgá-las melhor, para serem mais utilizadas.

Daria para dizer que os profissionais se preocupam mais com esta questão do que o setor das construtoras?
Tais dados ainda são muito difíceis de serem levantados. Eu diria que as construtoras têm mais acesso a recursos tecnológicos avançados em termos de sustentabilidade e às certificações também, em vista da escala em que trabalham. Isso torna seus empreendimentos “sustentáveis” mais visíveis, porém temos que tomar muito cuidado com maquiagens que nos são apresentadas. Há alguns que se dizem sustentáveis, mas no fundo não são. Já os arquitetos que trabalham com isto estão, aos poucos, aumentando. Muitas vezes os profissionais esbarram no desconhecimento que seus clientes têm do assunto. Até pela falta de opções (devido à falta de incentivos), os produtos sustentáveis são mais difíceis de serem encontrados e por “comodismo” compra-se o trivial. Mas o consumidor tem-se tornado exigente em termos de qualidade e espera-se que se torne, também, na questão ambiental. Para dar um exemplo, comprar uma madeira da Amazônia incentiva o desmatamento e as pessoas precisam estar conscientes disso. Os arquitetos, como formadores de opinião, têm um papel importante neste convencimento.

A palestra sobre Redução dos Gases de Efeito Estufa nas Construções Civis apontou quais soluções para se atingir isso na prática?
Na prática o que esta palestra apontou foi justamente a análise do que especificar em termos de materiais para a construção civil, procurando escolher os que tenham emitido o menor volume de carbono possível, desde a extração de suas matérias primas, passando pela fabricação, transporte, até a obra e também emissões durante sua utilização. É necessário que se analisem todos estes fatores e também o ciclo de vida do material e da edificação. Quanto mais tempo pudermos utilizar a edificação melhor para o meio-ambiente, mostrando que o sustentável também precisa ser durável. Os fatores de gastos energéticos também devem ser levados em conta. Como exemplos, podemos citar as madeiras amazônicas, que causam aumento expressivo das emissões tanto com a supressão das florestas (que armazenam carbono) quanto com o transporte dos materiais do norte ao sul/sudeste do Brasil, emitindo carbono com a queima do diesel. É melhor optar por madeiras plantadas em regiões próximas ao local da obra. Outro exemplo são as tintas, que muitas vezes utilizam produtos químicos altamente poluentes, que emitem CO2 tanto na fabricação quanto após a aplicação nas paredes. São apenas alguns exemplos, dentre inúmeros existentes.

A respeito de materiais e técnicas construtivas, o Brasil está bem posicionado ou ainda precisa rever conceitos?
Ainda precisa rever muitos conceitos. O brasileiro é comodista, pensando no curto prazo, e isso se reflete no mercado. Compra-se o convencional, até por falta de opção. É necessário pensar em termos de custo-benefício: uma solução sustentável vai gerar economia ao longo da utilização do imóvel. Além do mais, o poder público precisa incentivar o desenvolvimento e a fabricação destas soluções, via redução de impostos e outras políticas. O sustentável deve ser acessível. Assim, a sustentabilidade torna-se mais conhecida. E quanto mais for incorporada ao dia-a-dia de todos, melhor para o meio-ambiente. Diversos países já incentivam tais soluções.

Uma política sustentável na área da construção civil faria o Brasil reduzir quanto na emissão de carbono? Já há números sobre isso?
Não há, ainda, números de quanto se reduziria. Mas há números aproximados sobre o impacto da construção civil no meio-ambiente, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas e da União Nacional da Construção. São eles:
- 40% dos recursos naturais extraídos são destinados a indústria da construção civil
- 50% dos resíduos sólidos urbanos são provenientes de construções e demolições
- 50% do consumo de energia elétrica é destinado para operação das edificações (desde a construção até a utilização).
Por aí vemos que qualquer ação que reduza tais impactos será importantíssima. Reduzindo-se os resíduos, a extração dos recursos naturais e o consumo de energia, com certeza ajudará muito na redução do CO2 no planeta.

Entrevistado: gabrielbertran@ecolearning.com.br


Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330

Esse post foi publicado de quarta-feira, 4 de novembro de 2009 às 14:45, e arquivado em Construção Sustentável. Você pode acompanhar os comentários desse post através do feed RSS 2.0. Você pode comentar ou mandar um trackback do seu site pra cá.


FONTE DESTA PUBLICAÇÃO:
http://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/o-sustentavel-deve-ser-acessivel/?PHPSESSID=d096171f21226d397e70b894e6be9f83

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Município símbolo de desmatamento agora preserva

Em meio a esta profusão de más notícias que assola nosso país, onde ruralistas lutam para aprovar leis que os permitam desmatar ainda mais do que já o fizeram (quando precisaríamos de mais preservação); ao mesmo tempo que tempestades fora do comum assolam a área mais desmatada do sul do Brasil e ninguém associa uma coisa a outra (isso para ficar só no plano ambiental, que é tema deste blog - nem comentarei helicópteros derrubados enquanto a vida dos traficantes é facilitada pelas leis, etc.) eis que encontrei no site O ECO um fato interessante, que gostaria de compartilhar com vocês: o município de Paragominas, no Pará, que já foi símbolo do desmatamento em décadas passadas, hoje é um dos que menos desmata, devido as ações da prefeitura!

Os detalhes sobre estas ações estão na entrevista abaixo. O que é importante deixar registrado é que é possível conciliar desenvolvimento sem desmatar a Amazônia. Esta economia de ganhos fáceis, mas extremamente predatória, que só deixa terra arrasada e pobreza, precisa acabar. Gostaria de parabenizar o prefeito Adnan Demachki (PSDB) por conseguir conciliar as causas ambientais com o desenvolvimento social, em meio a um território altamente dominado por madeireiros, grileiros de terra, pecuaristas ilegais, etc.

Vamos à entrevista, retirada do site O ECO:


Mudança na fronteira PDF Imprimir E-mail
Andreia Fanzeres
29/10/2009, 14:50
Paragominas, município paraense quase do tamanho de Sergipe que desde a abertura da estrada Belém-Brasília, nos anos 70, virou sinônimo de desmatamento desenfreado na Amazônia, respirou mais uma vez aliviada. No dia 23 de outubro saíram os números do desflorestamento auferidos pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon) referentes a agosto de 2009. Dos 1.100.000 hectares que restaram florestados houve desmatamento em apenas 72 hectares em pleno auge da seca. Especificamente em cinco pontos. No comando do município desde 2005, o prefeito Adnan Demachki (PSDB) comemora quase dois anos do pacto ambiental que firmou com empresários e associações de classe no município de 100 mil habitantes para frear o desmatamento, e sabe que seu sucesso não estaria se confirmando agora sem parcerias estratégicas com o Imazon e a TNC (The Nature Conservancy), que colaboram com dados, capacitação e assistência.

Por isso, Demachki virou vitrine, e concilia a agenda na prefeitura com os diversos pedidos de palestras em tudo quanto é evento ambiental no Pará. “Já temos 45% de nossa área desmatada. A conversa da época em que o governo federal estimulava o desmate é coisa do passado. Estamos em outro momento”, diz.

Segundo o prefeito, Pargominas tem hoje 70 mil hectares protegidos por parte da Terra Indígena Alto Rio/Guamá, 80 mil hectares de florestas certificadas pelo FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), além de mais 200 mil hectares de planos de manejo em vigor. O resto são áreas de reserva legal. Ainda está longe de viver um mar de rosas no quesito ambiental, mas o prefeito pontua, nesta entrevista a O Eco, que é preciso mais do que boa vontade para ver os primeiros resultados concretos de compromissos ambientais que, na boca da maioria dos políticos, são tratados como promessas abstratas.

O Eco: O senhor firmou o pacto ambiental no município em fevereiro de 2008 e em outubro foi reeleito. A bandeira ambiental, que costuma atrapalhar os gestores do arco do desmatamento, desta vez ajudou?

AD: Quando o prefeito se mexe para evitar desmatamento, demonstra preocupação ambiental, geralmente não tem sucesso político. Não quer que isso cause desgaste eleitoral. Em outubro de 2008 tivemos eleições. E eu comecei a monitorar o desmatamento desde fevereiro. Era para eu não ter sido reeleito. Eu tive a maior votação do Pará, com 82% dos votos do município. O segredo foi não empurrar a questão ambiental goela abaixo.

O Eco: Como?

AD: Começamos a conversar, a mostrar que essa história de produzir em área recém desmatada não tem futuro, o mercado quer produto de origem responsável, ninguém vai comprar boi nem madeira de desmatamento. Vamos sair desta confusão. Vamos fazer uma ilha em Paragominas, e conversando conseguimos convencer a sociedade. O projeto não é meu, é de todos. Há anos estamos criando certa consciência ambiental. Quando eu assumi, uma das primeiras ações foi criar uma secretaria municipal de meio ambiente, que aqui existia, mas era junto da pasta de saúde. Agora temos 30 mil crianças nas escolas tendo aulas de educação ambiental. Chamei a sociedade civil, os 10 vereadores, 51 entidades representativas, entre maçonaria, comerciantes, sindicato de trabalhadores, etc. e fizemos um pacto. Isso aconteceu no dia 28 de fevereiro de 2008.

O Eco: Qual é a estrutura da secretaria de meio ambiente de Paragominas?

AD: Temos dois engenheiros ambientais, uma advogada, um engenheiro agrônomo e três ou quatro fiscais. Isso não é suficiente para o município de 100 mil habitantes, mas são os recursos dos quais a prefeitura dispõe. Temos ainda um veículo, e estou pedindo através de um projeto ao Fundo Amazônia para que nossa estrutura melhore. O treinamento dos funcionários foi feito com ajuda do Imazon. Além disso, temos conselho municipal de meio ambiente. Estamos com vários projetos de replantio na zona urbana e na zona rural. Uma meta de 100 milhões de árvores plantadas, e já conseguimos 50 milhões. Nove prefeituras vizinhas vieram conhecer nossa experiência – Município verde – e me parece que o Imazon está preparando algo semelhante para esses municípios. Desde abril deste ano a TNC está nos ajudando com o diagnóstico das propriedades rurais, para conhecermos o passivo ambiental de cada uma. E também queremos ter todas as pessoas incluídas no nosso Cadastro Ambiental Rural (CAR), que começou a funcionar há apenas três meses no estado.

O Eco: Como essa parceria é operada mês a mês?

AD: Todo mês o Imazon manda o relatório Transparência Florestal, exclusivamente para Paragominas. Manda foto de satélite, informando se houve desmatamento, o tamanho e a coordenada. Eu chamo meus técnicos, eles vão a campo validar ou não o desmatamento. Se o desmatamento de fato ocorreu, chamamos o responsável, o sindicato rural ou madeireiro na prefeitura e depois encaminhamos a denúncia ao Ibama ou à Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente).

O Eco: E isso é suficiente para frear o desmatamento?

AD: O SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento, mecanismo trabalhado pelo Imazon) mexe com imagens recentes. Pega o desmatamento no início. O Ibama quando vai multar aparece na área um ano depois. A gente vai logo em seguida. Desde que começamos esse trabalho temos tido resultados interessantes, com redução do desmate em 43% no primeiro ano, depois 76% no segundo ano. O que temos agora são pequenos focos, em assentamentos e invasões. Não temos mais o médio nem o grande produtor desmatando.

O Eco: O que o faz acreditar que a sociedade está mais consciente agora, que isso não é uma contingência do mercado, que não é passageiro?

Laboratório da Amazônia



Paragominas reúne características que tornam o desafio da adequação ambiental peculiar. Segundo explica Paulo Amaral, pesquisador do Imazon, o município já experimentou todas as atividades produtivas da Amazônia. Teve intensa pecuária, forte atividade madeireira, experimenta o ciclo da agricultura e da mineração. Tudo isso trouxe conseqüências. “O município entrou na lista dos maiores desmatadores da Amazônia, os produtores não puderam mais acessar as linhas de crédito, então a população local não viu alternativa, tinha que reduzir o desmatamento. É uma questão econômica, de sobrevivência”, considera Amaral.

Essa predisposição, aliada a uma forte liderança política – a prefeitura – viabilizou diálogos e parcerias para a construção de um novo projeto para o município, caso contrário os efeitos mercadológicos de rejeição de produtos com origem duvidosa ou oriundos de desmatamento iriam fatalmente comprometer o desenvolvimento econômico local.

No caso de Paragominas, o fato de o município ainda ter cerca de metade de sua cobertura florestal não é fator a se comemorar. Na verdade, para adequar-se à legislação, seria preciso ter 80% preservado. Isso representa um déficit de cerca de 30%, que deve agora ser recuperado para que os proprietários voltem a ter acesso a crédito. “O município só vai sair da lista dos grandes desmatadores quando reduzir o desmatamento a patamares menores que cinco anos atrás e se 80% das propriedades estiverem no Cadastro Ambiental Rural (CAR)”, lembra o pesquisador.
AD: Vou lhe contar um caso que aconteceu dois meses atrás. Os sindicatos vieram me procurar na prefeitura, dizendo que a SEMA tinha liberado licença de desmatamento de mil hectares em Paragominas. Os sindicados vieram me pressionar, porque se o primeiro fizer desmatamento, outros vão fazer. Fizemos um documento, mandamos para a SEMA e para o ministro (do meio ambiente) Carlos Minc. Na verdade, este era o caso de um proprietário que tinha 100% de sua área com floresta, então pela lei ele podia desmatar 20% e esses 20% equivaliam a mil hectares. Juntos, no final das contas, conseguimos evitar este desmatamento. Foi mérito da sociedade.

O Eco: E o velho argumento de que se a economia do desmatamento ilegal e fácil acabar, vai haver desemprego? Isso não apareceu?

AD: Apareceu, mas não foi tão forte porque o nosso sindicato rural já trabalha com boas práticas agropecuárias em Paragominas, com ajuda da TNC, da Embrapa. O que tem sido mais difícil é conseguir apoio do estado e da União, porque não tem sido fácil convencer os pequenos a não desmatarem para fazer carvão e mandar para as guzeiras.

O Eco: Apesar do que já foi feito, a economia irregular do carvão no leste do Pará ainda é a grande pedra no sapato de Paragominas...

AD: Tivemos um desmatamento num local chamado Colônia Oriente. Mandei meu pessoal verificar e eles encontraram dois caminhões de carvão. Prenderam os veículos, que estavam sem nota, com tudo ilegal, e levavam o carvão para as guzeiras de Marabá e Açailândia. Resultado: as guzeiras deixaram de comprar carvão dessa colônia. Semana passada, cerca de 200 pessoas dessa colônia me procuraram na prefeitura reclamando de que elas precisavam trabalhar. Eu fiquei das 9h até as 16h conversando com eles, dizendo para tentar trabalhar na área aberta sem ter que desmatar. Mas meus recursos são limitados. Minha receita é pequena. Os assentamentos rurais não têm apoio do Incra. Então a minha dificuldade são os pequenos. Eles derrubam a floresta não porque querem, mas um caminhão de carvão vale cinco mil reais. Isso é muito dinheiro para eles. A tentação é grande. Temos que levar renda para a pequena propriedade.

O Eco: As tentativas de geração de renda e empregos do governo federal nos municípios críticos de desmatamento na Amazônia não deram resultado?

AD: A operação Arco Verde passou aqui por Paragominas e eu não conheço nenhum emprego gerado.

sábado, 24 de outubro de 2009

ECOARQ-Seminário Arquitetura Sustentável

Gostaria de compartilhar com os leitores deste blog uma experiência muito legal pela qual passei, que foi de organizar o Segundo Seminário sobre Arquitetura Sustentável em Curitiba. É um trabalho bastante gratificante, que teve início em 2008, com o primeiro seminário, e com certeza terá continuidade, com a adesão constante de cada vez mais pessoas a esta causa.

Este evento ocorreu entre os dias 30 de setembro e 02 de outubro deste ano no IEP – Instituto de Engenharia do Paraná, promovido pela ECO LEARNING CURSOS, com apoio da Fundação Vanzolini, Centro de Design do Paraná, IAB-PR; dentre outras instituições e empresas.

O evento contou com cerca de quinze palestras e quatro cursos no decorrer de seus 3 dias de realização, trazendo profissionais engajados na causa ambiental e propondo maneiras em que a arquitetura, a engenharia e o design possam colaborar para a redução das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade em nosso planeta; assuntos um tanto prementes frente às evidências dos últimos tempos de que a Terra vive mesmo uma situação emergencial.

Os palestrantes, provenientes tanto de Curitiba, Paraná quanto de outros Estados (Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo) refletiram a grande multidisciplinaridade do evento, abordando com independência e precisão didática desde as causas históricas e científicas do aquecimento global, passando pelo planejamento urbano sustentável, pelas certificações de edificações até chegar aos materiais e técnicas sustentáveis de construção já disponíveis para utilização (algumas já há muito tempo inclusive).

O Seminário teve, também, seu lado aplicativo, com demonstração no local de produtos ecológicos desenvolvidos para a construção civil, como foi feito pelos palestrantes Márcia Macul, Sérgio Prado, Beto Mistrorigo e Eloy Casagrande. Destacou-se também a montagem de uma estrutura, em tamanho real, feita com bambu, durante a oficina ministrada pelos arqs. Bruno Fade e Rebeca Kuperstein, especialistas no assunto. Da mesma forma, os arqs. Tomaz Lotufo e Eduardo Maia realizaram exercícios práticos em seu curso, aplicando técnicas e materiais sustentáveis à construção civil.

Foram três dias importantíssimos, em que o IEP abriu importante espaço para a revolução que precisa ocorrer na área da construção civil – a qual ainda é, infelizmente, uma das indústrias menos sustentáveis no mundo. Tal revolução deve começar com a mudança de atitude de cada profissional, enquanto cidadão consciente. Neste quesito, ao fomentar uma mudança de mentalidade e promover tal discussão, o evento cumpriu seu papel, como atestaram alguns dos cerca de 80 participantes, provenientes das mais diversas partes do Brasil e até do exterior.

O evento inclusive gerou um grupo de discussão bastante atuante no Google, que pode ser acessado através do link http://groups.google.com.br/group/ecoarq09?hl=pt-BR

Agradecemos a todos pela participação conosco e no próximo ano esperamos nos encontrarmos novamente, ampliando nossa atuação em busca de mais sustentabilidade na construção civil e em todas as suas áreas adjacentes.


Arq. Gabriel Bertran

domingo, 18 de outubro de 2009

Metas ambientais afrouxadas

São muito tristes os tempos que estamos vivendo no Brasil em termos de meio-ambiente. A cada semana nossa natureza dá mais sinais de que sua degradação já está além dos limites. Ao mesmo tempo, a cada semana, o (des)governo federal dá mais sinais de estar contra a preservação ambiental. Parece até piada, mas quando mais se precisa de preservação, mais os mandatários da nação lutam para permiti-la.

Vimos nas últimas duas semanas que, apesar das auditorias do Tribunal de Contas da União constatar irregularidades no famigerado 'pac' (plano de aceleração do crescimento), tanto na parte de aplicações de verbas quanto no cumprimento de metas ambientais; o que elles querem na verdade é afrouxar tanto a responsabilidade fiscal quanto a ambiental nas obras do governo federal. Ou seja, o que querem nada mais é que um "liberou geral". E isso sendo solicitado pela candidata oficial a presidente, cujo nome me recuso a mencionar, pois todos já sabem.

Junto com isso, o presiMENTE da república caçoa dos ambientalistas, como se estes fossem responsáveis pela fome "neççe paíz". São afirmativas de grande irresponsabilidade por parte da autoridade maior da nação. Talvez até elle saiba - acho que ele não é tão burro assim - mas recusa-se a admitir que, sem a preservação ambiental, aí que não produziremos mais alimentos para ninguém, nem mesmo teremos água. Por falar em água, já muito se falou que o Rio São Francisco não agüentará tamanha transposição que se faz sem uma recuperação de suas matas ciliares. Estudos comprovam que sua água em breve talvez nem ao mar chegue. Mesmo assim prosseguem-se as obras.

Da mesma forma tenta-se afrouxar as leis para construírem as faraônicas hidrelétricas em plena Amazônia. Apesar de afirmarem que as áreas inundadas serão bem menores do que em antigas usinas, o ciclo hidrológico irá se alterar, as populações tradicionais e indígenas serão sim afetadas em sua cultura e sua alimentação, assim como a imigração em massa que tais obras levam gerarão (mais) desmatamento a regiões ainda preservadas. Isso sem contar a pobreza levada para lá, que também degrada a floresta. Tudo isso em nome de uma energia que poderia ser economizada por diversos meios (como comprovou o "apagão" de 2000) e até gerada de outras maneiras mais sustentáveis (alternativas não faltam, basta investir nelas), formando-se uma múltipla matriz energética. Mas não, o Brasil prefere investir nestas hidrelétricas insustentáveis ou em termoelétricas ultra-poluentes, das quais o mundo quer se livrar! Tudo na contra-mão, como já mencionado aqui diversas vezes. A quem interessa tais obras? Fica a pergunta no ar.

Na questão dos combustíveis, já mencionamos aqui a desvalorização do etanol, agora com a farsa eleitoral do pré-sal (tudo em nome da suposta candidata oficial). O Brasil dava exemplo em termos de combustíveis renováveis e agora luta para virar um sultanato árabe produtor de petróleo?

Enquanto isso os ruralistas lutam por um código florestal mais "brando", alegando que não conseguirão aumentar a produção, sendo que o Brasil pode sim aumentar imensamente sua produção de alimentos apenas utilizando-se áreas degradadas, sem desmatar mais nada. Perde-se biodiversidade, e com isso importantes descobertas de medicamentos valiosíssimos, em nome da exportação de produtos primários, como a soja, que em muito pouco contribuem para nosso desenvolvimento. O Brasil poderia ser líder mundial em biotecnologia apenas mantendo a Amazônia e o Cerrado em pé, biomas que são fonte de imensa biodiversidade!

Em relação às metas mundais de redução de carbono, agora a casa civil não quer que sejam reduzidas, temendo-se que o crescimento da economia seja afetado. Será que ninguém falou em crescimento sustentado para elles? Além disso, uma nova economia, baseada na preservação e tendo ela incorporada, trará muito mais oportunidades ao país! Volto a dizer, não é porque certos países recusam-se a assumir metas de redução que nós não podemos reduzir as nossas emissões. O Brasil deveria estar na vanguarda e dar o exemplo, pois o mundo já não é mais o mesmo que há 40-50 anos atrás, quando fumaça era sinal de 'desenvolvimento'.

Estamos sendo enganados por este (des)governo. Elles estão vendendo um Brasil grande e atrasado, aos moldes do que os militares pós 64 queriam nos impor. E viu-se a tragédia ambiental e econômica que o modelo desenvolvimentista nos trouxe. Tal modelo enriquece a poucos (em geral empreiteiras, fazendeiros e políticos) e alimenta o sistema mais atrasado que existe no Brasil, esse coronelismo proveniente ainda da época colonial, o qual pilha e esgota toda a natureza de uma determinada região e depois parte para mais pilhagens.

A diferença é que hoje não temos mais tantos recursos naturais assim. O mundo vive uma grande emergência. Quando todos deveriam se esforçar para preservar, os arrogantes daqui se vêem no direito de acabar com o pouco que resta...

Lamentável ao extremo!

P.S.: todos sabem que este blog é declaradamente de oposição a este governo atual. Mas é uma oposição justificada. Não venham acusar-me de golpista, pois golpista pra mim é um governo que tenta mascarar os fatos para a população (inclusive os ambientais) e protege até atos de censura, como o que ocorreu ao jornal O Estado de São Paulo. Reitero que, se houverem ações em prol do meio-ambiente bem sucedidas, serão destacadas aqui, mesmo sendo de autoria deste governo, cujo mandatário me recuso a dizer o nome. Não sou ligado a nenhum partido, baseio-me na liberdade de expressão para expressar minha indignação com os fatos.


Caros amigos,
Para continuar lendo este e outros textos, gostaria que vocês conhecessem este livro.
Ele possui todos os TEXTOS deste blog REVISADOS E AMPLIADOS , bem como TEXTOS INÉDITOS também!
O livro "REFLEXÕES ECOLÓGICAS EM UM MUNDO INSUSTENTÁVEL" vocês podem adquirir clicando na imagem acima, no site CLUBE DE LEITORES.

Os leitores que quiserem guardar este conteúdo em sua biblioteca ou mesmo dá-lo de presente a amigos, eu ficarei bastante honrado!

A luta do BLOG TREES FOREVER por um mundo mais sustentável e por governos mais sérios e atuantes na área ambiental vocês já conhecem. Esta luta é de todos nós e eu agradeço muito por estes quase dois anos de convivência aqui neste ambiente virtual!

Se possível, por favor ajudem-nos a divulgar este livro, enviando o site abaixo a seus amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, etc.:

http://clubedeautores.com.br/book/9850--REFLEXOES_ECOLOGICAS

Um forte abraço a todos e muito obrigado!!

Gabriel Bertran

sábado, 26 de setembro de 2009

Pagamento por Serviços Ambientais



De forma alguma pretendemos que este espaço seja uma fonte apenas de más notícias. Pelo contrário, o maior desejo de todos os ambientalistas é que a mudança de mentalidade das pessoas, empresas e governos leve a uma melhoria no meio-ambiente de todo o planeta de uma maneira geral.

E no meio de tantos problemas ambientais e retrocessos que relatamos aqui, selecionamos hoje algumas boas iniciativas que têm crescido no Brasil, a exemplo de outros países. Trata-se do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), iniciativa que visa remunerar aqueles que preservam nascentes de água, florestas remanescentes, etc. pelos serviços ambientais (ainda considerados "gratuitos") que nos prestam estes elementos naturais. Nada mais justo!

Durante toda a história o homem considerou os recursos naturais como "infinitos": se esgotam-se em uma parte do planeta, sempre haviam reservas em outras partes. Hoje em dia a Terra parece ter ficado "pequena", pois muitas destas reservas se exauriram completamente e outras estão em vias disso ocorrer. Por isso é premente a preservação do pouco que resta. E os detentores de tais reservas devem sim receber por isso, por prestarem serviços à populações imensas. Este é um dos princípios da nova economia, que precisa vir para ficar. Não podemos nos apoiar apenas no PIB convencional. Ele, sozinho, não asegurará o crescimento das nações. A preservação ambiental precisa andar junta com o desenvolvimento.

Um exemplo prático é o da água: algumas grandes metrópoles, como São Paulo, chegam a buscar água a mais de 100 Km de distância do centro urbano, justamente por terem poluído totalmente as fontes mais próximas. Isto gera custos imensos, tanto em captação, quanto transporte desta água, energia e, finalmente, produtos químicos para tratá-la. Iniciativas pioneiras neste sentido, como a da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, a qual paga para proprietários rurais a mais de 200 Km de distância de Manhattan pela preservação das matas em suas propriedades e também para não despejarem dejetos nos cursos d´água, são exemplos que devem ser seguidos à risca.

E isto começa a ser feito no Brasil, aos poucos. O município de Extrema (MG), na divisa com São Paulo, já começa a pagar aos proprietários de terra plea conservação do solo e manutenção de matas. Importante ressaltar que a água produzida nas montanhas de Extrema abastecem o Sistema Canteira, que abastece a Grande São Paulo por conseguinte. Por aí vemos o quanto tudo está interligado e como o meio-ambiente preservado a todos beneficia!

Parabenizamos este município mineiro pela iniciativa, bem como outras cidades, como Alfredo Chaves, no Espírito Santo, que está pagando uma média de R$ 139,79 por hectare preservado pelos proprietários rurais residentes no município! O Estado de São Paulo também implanta um projeto piloto, através de sua Secretaria do Meio-Ambiente, um programa semelhante nas cidades de Nazaré Paulista e Joanópolis, cujos cursos d´água abastecem tanto o Sistema Cantareira quanto o Piracicaba-Capivari-Jundiaí, os quais juntos são responsáveis pela água de mais de 24 milhões de pessoas, tanto na Grande São Paulo quanto Grande Campinas e parte do Vale do Paraíba.

E, finalmente, no estado do Amazonas, o Bolsa-Floresta incentiva os moradores da maior floresta do mundo a preservarem-a, vivendo de maneira sustentável. Este é um dos motivos (além do pólo industrial de Manaus) que faz do Amazonas um dos estados com mais baixo índice de desmatamento na região, em contraste com vizinhos destruidores, como Pará, Mato Grosso e Rondônia. Espera-se que esta bolsa seja ampliada; já há inclusive estudos do governo federal para nacionalizá-la.

Infelizmente tais iniciativas ainda não servem ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, do Protocolo de Kyoto. Mas há esperança de já na Convenção de Copenhage, no final deste ano, da aprovação do REDD (Redução de Emissões por Degradação e Desmatamento). Será mais um incentivo, agora oficial, por mantermos nossas matas conservadas.

Importante priorizarmos todos os serviços ambientais em conjunto: a água, a biodiversidade, a redução dos gases estufa, etc. O já antigo MDL baseia-se apenas no último item (gases estufa). Agora é hora de integrarmos todos os demais. Afinal de contas a Terra é uma só, e toda ação perpetrada nela reflete-se em todos nós.

Fonte pesquisada e resumida: jornal O Estado de São Paulo - sexta-feira, 25/09/09 - caderno Vida&Sustentabilidade

Um complô contra as energias limpas?



Todos devem ter visto alguns dias atrás as notícias sobre a "nota verde" que o IBAMA liberou, sobre as emissões de veículos modelo 2008 vendidos no Brasil (leia a notícia clicando
aqui) . Longe de querermos pregar algumas "teorias da conspiração", tal pesquisa publicada pelo Governo Federal é no mínimo estranha, dadas os recentes fatos referentes à farsa do petróleo pré-sal, que inclusive já comentamos aqui neste espaço.

A "nota verde" simplesmente parece querer demonstrar que automóveis movidos à gasolina (derivado de petróleo historicamente poluente e notadamente grande responsável pelo aquecimento global) poluem menos que o álcool combustível! O teste simplesmente ignora o fato da cana-de-açúcar absorver parte dos gases de efeito estufa durante seu crescimento, que é uma das prerrogativas de classificar o etanol como um "combustível verde". Claro, é preciso fazer uma ressalva de que nem todas as emissões do álcool serão compensadas enquanto a indústria canavieira não abolir a queima da palha de cana nas plantações e também deixar de transportar tanto a colheita quanto o álcool utilizando-se caminhões movidos à diesel (parece uma ironia). Mesmo assim, esta indústria em muito se modernizou, através da mecanização das colheitas (que evita queimadas) e da geração de energia elétrica com os subprodutos da cana, como a palha.

Caros amigos,
Para continuar a ler este e outros textos, gostaria que vocês conhecessem este livro.
Ele possui todos os TEXTOS deste blog REVISADOS E AMPLIADOS , bem como TEXTOS INÉDITOS também!
O livro "REFLEXÕES ECOLÓGICAS EM UM MUNDO INSUSTENTÁVEL" vocês podem adquirir clicando na imagem acima, no site CLUBE DE LEITORES.

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A luta do BLOG TREES FOREVER por um mundo mais sustentável e por governos mais sérios e atuantes na área ambiental vocês já conhecem. Esta luta é de todos nós e eu agradeço muito por estes quase dois anos de convivência aqui neste ambiente virtual!

Se possível, por favor ajudem-nos a divulgar este livro, enviando o site abaixo a seus amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, etc.:

http://clubedeautores.com.br/book/9850--REFLEXOES_ECOLOGICAS

Um forte abraço a todos e muito obrigado!!

Gabriel Bertran

Outro prêmio: Selo Blog dorado!!!

O TREES FOREVER novamente recebe um selo!!! Mais uma vez agradecemos à Érica, editora do PENSAR ECO É LÓGICO: http://pensareco.blogspot.com/2009/09/outro-premioselo-blog-dorado.html

Segundo o post dela, o prêmio homenageia os melhores blogs e tem sua simbologia nas cores que utiliza: a cor azul representa paz, profundidade e imensidão, enquanto a cor dourada ressalta a sabedoria, a riqueza e a claridade das idéias. O prêmio em si representa a união entre os blogueiros. As regras:
1) Colocar o prêmio em situação visível ou linká-lo (se alguem souber
do link original, por favor me envie!);
2) Anunciar através de um link, o blog que o premiou e premiar até outros 15 blogs, avisando cada blogueiro sobre a premiação.

Bem, os blogs que receberão do Trees Forever por riqueza de conteúdo são:

http://sustentabilidadeurbana.blogspot.com/
http://apatotadopitaco.blogspot.com/
http://estradadobem.blogspot.com/
http://fuscabrasil.blogspot.com/
http://ra-bugio.blogspot.com/
http://carlosrobertomeioambiente.blogspot.com/
http://movimentoordemvigilia.blogspot.com/
http://mundodobem.blogspot.com/
http://pensareco.blogspot.com/
http://por1brasilmelhor.blogspot.com/
http://salveolitoralnorte.blogspot.com/
http://socito-sociedadecivil.blogspot.com/
http://ecocidades.blogspot.com
http://pindamonhangabapedesocorro.blogspot.com/
http://ecoeantigos.blogspot.com/
http://ecoturismoesustentabilidade.blogspot.com/

http://mhp-bio.blogspot.com/
http://www.ecoeacao.com.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1


Continuemos juntando nossas forças por um mundo melhor, através de um meio-ambiente mais preservado!
Abraços a todos!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Assistam-nos na TV SINAL (Curitiba)

Para quem mora em Curitiba (PR), nesta terça-feira (22/09) este que vos escreve falará algumas palavras sobre Arquitetura Sustentável e Preservação Ambiental, no programa "É Seu Direito", da TV SINAL (Som, Imagem e Notícias da Assembléia Legislativa do Paraná). O programa foi gravado nesta segunda-feira (21/09), coincidentemente Dia da Árvore; sendo que eu não deixei de defendê-las no programa, aproveitando a oportunidade para incentivar as pessoas a plantá-las em suas residências, calçadas, prédios, etc.!

Acho importante podermos propagar boas idéias de todas as formas. Este é o nosso objetivo. Conscientizar as pessoas para um mundo melhor.

Voltaremos a tratar mais detalhadamente do tema 'Arquitetura Sustentável' por aqui. Haverá um seminário sobre este tema aqui em Curitiba na próxima semana. Programa obrigatório pra quem quer se atualizar e debater o assunto. Mais informações no site:
http://www.ecolearning.com.br/ecoarq/

Quem puder assistir nossa participação no debate, o programa vai ao ar nesta terça (22/09) às 12h , com reprise às 17h. A TV Sinal pode ser sintonizada no Canal 16 da NET ou 99 da TVA.

Aqui vai um link para assistirem o video:

http://www.ecolearning.com.br/player/player.php?file=video.flv

Dois presentes no Dia da Árvore!



Quero agradecer à amiga Érica Sena, do excelente blog 'PENSAR ECO É LÓGICO' pelos dois selos acima, dedicados a este blog.
Leiam mais detalhes no link:
http://pensareco.blogspot.com/2009/09/os-selos-que-ganhei-e-para-quem.html

É muito importante este reconhecimento de outros colegas que pensam e lutam pela mesma causa da preservação ambiental. Nós temos mesmo que estarmos cada vez mais unidos, principalmente neste momento em que, apesar de todos os efeitos da devastação ambiental estarem evidentes, muitas forças lutam para que os avanços na preservação retrocedam. Não podemos deixar isso acontecer, não podemos baixar a guarda!
E estamos numa data bastante propícia a refletirmos, neste 21 de Setembro, DIA DA ÁRVORE! Dia de nossas amigas eternas e tão injustiçadas por este mundo afora! Continuemos a luta pela preservação delas, todos juntos, sempre!

Aproveito para indicar estes dois selos para os blogs abaixo, os quais acompanho e recomendo a leitura:

http://sustentabilidadeurbana.blogspot.com/
http://apatotadopitaco.blogspot.com/
http://estradadobem.blogspot.com/
http://fuscabrasil.blogspot.com/
http://ra-bugio.blogspot.com/
http://carlosrobertomeioambiente.blogspot.com/
http://movimentoordemvigilia.blogspot.com/
http://mundodobem.blogspot.com/
http://pensareco.blogspot.com/
http://por1brasilmelhor.blogspot.com/
http://salveolitoralnorte.blogspot.com/
http://socito-sociedadecivil.blogspot.com/
http://ecocidades.blogspot.com
http://pindamonhangabapedesocorro.blogspot.com/
http://ecoeantigos.blogspot.com/
http://ecoturismoesustentabilidade.blogspot.com/

http://mhp-bio.blogspot.com/
http://www.ecoeacao.com.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1


Insiram os selos também.
Um forte abraço a todos os editores destes blogs!

sábado, 12 de setembro de 2009

Voltam as enchentes:efeitos do aquecimento?

Na semana que se passou nós vivenciamos, novamente, um surto de tempestades com intensidade acima do normal (contendo inclusive tornados) nas regiões sul e sudeste do Brasil; desta vez com um fator inédito: elas não são nada comuns para esta época do ano (início de Setembro, teoricamente ainda inverno, perído anteriormente caracterizado por temperaturas mais amenas, não propensas a formar tormentas tropicais). E novamente o Estado com maior número de vítimas da destruição foi Santa Catarina, gerando cenas dramáticas semelhantes às que vimos em Novembro do ano passado, conforme inclusive comentamos aqui neste blog (http://treesforever.blogspot.com/2008/11/santa-catarinatragdia-anunciada.html). Não é necessário acrescentar o drama de centenas de famílias que perderam suas casas, seus pertences, suas fazendas e até seus filhos, em alguns casos. Todos nos solidarizamos com essas pessoas, vítimas visíveis das mudanças climáticas.

Neste ano a principal região atingida foi o Oeste de Santa Catarina, que teve a cidade de Guaraciaba praticamente inteira devastada. Estudos comprovam que houve mesmo um tornado, provindo do Norte da Argentina. As regiões Oeste e Sul do Paraná também foram atingidas.

Não podemos deixar de notar que estas regiões outrora eram ocupadas pela exuberante floresta ombrófila mista, mais conhecida como floresta de araucárias, a qual pertence ao bioma da mata-atlântica. E foi justamente nestas áreas que, durante a maior parte do século XX, deu-se intensa exploração de madeira destes pinheiros, muitos deles centenários e até milenares, atividade na qual baseou-se a economia do Paraná e de Santa Catarina por muitas décadas. Esta exploração sem limites levou praticamente à extinção do Pinheiro-do-Paraná ou Pinheiro-Brasileiro. Uma verdadeira tragédia ambiental que muito poucas pessoas notam. Apenas querem ressaltar a alta produtividade das propriedades rurais da região. Esquecem-se que há poucos meses, neste ano de 2009, esta mesma região Oeste sofria com uma seca intensa, fazendo a produção rural se perder quase por completo. E agora chegaram estas tempestades fora do comum. Vivemos mesmo a era dos extremos, em matéria climática principalmente.

Em entrevista no dia 09/09/09 ao Paraná TV, o professor de ecologia Maurício Savi, da PUCPR, explicou que o aquecimento global tende a piorar cada vez mais. A falta de florestas aumenta a intensidade do vento. As regiões com maior índice de danos materiais são justamente as áreas com maior histórico de desmates nas últimas décadas (as já citadas região oeste e sul do PR e oeste de SC). Na entrevista o professor mencionou o geógrafo alemão Reinhard Maack, um dos maiores estudiosos do relevo e da natureza no interior do Paraná, o qual já havia afirmado, em 1954 que, se o Paraná continuar com o desmatamento intenso das florestas de araucárias, em breve haverá excesso de chuvas de granizo e ventos acima de 50 Km/h na região. O geógrafo e naturalista não fez tal afirmação à tôa, baseado em "previsões astrais", nem nada do gênero. Com toda certeza baseou-se em dados científicos de suas pesquisas e de sua intensa bagagem de estudos em universidades européias e também em expedições à África, semelhantes às que realizou aqui no Paraná. E não precisamos mencionar mais uma vez o que acontece agora, para concluirmos que ele estava certo.


Quem quiser assistir ao vídeo com a entrevista no Paraná TV, disponibilizo o link aqui:
http://portal.rpc.com.br/tv/paranaense/video.phtml?Video_ID=&seq=57978,57979,57980,57984,57989,58014,58017,58018,58022,58023&Progra_ID=5


SÃO PAULO
Não podemos deixar de registrar o que ocorreu, também, na cidade de São Paulo. Castigada pelas chuvas nos mesmos dias, São Paulo tem o agravante da ausência de planejamento urbano, excesso de lixo nos rios e ruas, além da impermeabilização do solo. E atualmente o governo de SP empreende uma obra que impermeabiliza, ainda mais, o principal rio que corta a capital, o Tietê, conforme comentamos aqui no blog também (http://treesforever.blogspot.com/2009/06/destruicao-na-marginal-do-tiete.html).

Com tudo isso voltamos a concluir que nossas ações de preservação ambiental continuam na contra-mão. Quando é que perceberemos que ações preventivas, como a preservação de matas nativas, fazem com que economizemos recursos em tragédias como estas? E justamente quando tudo acontece a olhos vistos, para quem quiser ver, ainda existem dirigentes querendo alterar o Código Florestal, como ocorreu recentemente em Santa Catarina e como o ministro da agricultura vive propagando, fazendo coro com alguns grupos de mídia e com os ruralistas... Como entender tudo isso? É uma política suicida! Onde vamos parar?