quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

AMBIENTALISMO NÃO É DE ESQUERDA!

Vivemos tempos equivocados, como todos sabemos. Alguns movimentos importantes que ocorrem mundo afora são confundidos entre si. É o caso do movimento ambientalista: muitas vezes ele é erroneamente confundido com o movimento esquerdista. De fato, muitos esquerdistas apropriam-se da causa ambiental para se auto-promoverem. Voilá, se suas intenções são boas, é até aceitável. Mas colocar ambos os movimentos em uma vala comum é um erro crasso.

Acredito que o ambientalismo, ou "ecologismo" ou o nome que quiserem dar a ele, está acima de regimes políticos. É uma questão de sobrevivência e também uma questão de cidadania. Deveria ser obrigatório em currículos escolares, televisões, rádios, jornais divulgar esta causa, pois quanto mais gente aderir a ela, melhor. De certa forma está sendo divulgado, principalmente na mídia impressa, o que é muito bom.

O ambientalismo foi surgindo, timidamente, nos anos 70, quando as conseqüências da expansão da atividade humana pelo planeta já eram bem visíveis. Rios mortos, cidades com ar irrespirável, florestas acabando.. Mas ainda havia um "desenvolvimentismo" no ar, que não deixava o movimento aparecer.

No Brasil, o movimento ganhou força na década de 80, após a redemocratização. Foi justamente nesta época que os partidos de esquerda, outrora proibido, ganhavam força. Tudo isso foi importante, sem dúvida, para a consolidação da democracia (que até hoje é capenga). Lembro-me muito bem o quanto ficava assustado, no início da década de 80, quando se falava de efeito estufa (hoje rebatizado de aquecimento global) e quando eram mostradas as pilhas de toras na Amazônia. Aquilo tudo me causava assombro e o papel da imprensa em divulgar esses fatos foi primordial. Pena que até hoje não temos uma política para a Amazônia e a destruição continua mais acelerada... mas ao menos uma consciência se formou.
Agora é errôneo afirmar que apenas o capitalismo destrói. Nos países comunistas verdadeiros desastres ambientais ocorreram, muitos sem termos sabido e que provavelmente ainda matam milhares de pessoas até os dias de hoje. O expansionismo industrial a qualquer custo ocorreu também na União Soviética, com fábricas muito mais poluidoras que a dos países capitalistas e sem controle nenhum. A ordem do dia era dizimar as florestas boreais do norte da Rússia, verdadeiras "Amazônias de pinheiros sem fim". Na China do ditador tão festejado pelas esquerdas do mundo todo, o Mao Tsé Tung (o qual matou muito mais gente que o Hitler e ainda é aclamado!), as florestas eram consideradas inimigas e verdadeiras operações de guerra para dizimá-las eram empreendidas. A indústria semi-capitalista chinesa até hoje não respeita nenhuma regra ambiental, de saúde ou trabalhista. E o mundo todo se gaba de comprar produtos vindos de lá. E os exemplos não páram, mas o que se conclui de tudo isso é que é da natureza humanda destruir. Por isso que, volto a dizer, o ambientalismo precisa estar acima de regimes políticos, pois quaisquer que sejam, a destruição sempre foi uma constante.

Aqui mesmo, em nosso Brasil, os revolucionários-comunistas dos movimentos de sem-terra são responsáveis pelo desmatamento de grandes áreas amazônicas. Vendem madeiras ilegalmente para madeireiros e abandona (ou vendem - o que não é permitido fazer) a terra que ganharam de presente do (des)governo! Isso mostras que capitalismo e comunismo estão exaurindo a Amazônia.

É preciso, sim, encontrar uma solução alternativa. A solução não pode fugir do mercado. Nada pode fugir dele, pois o capitalismo surgiu naturalmente, já o comunismo foi inventado por teóricos e provou não funcionar. Então, por quê não valorizar a floresta em pé, com seus recursos biológicos valiosíssimos, os quais com pesquisa e tecnologia trariam muita renda aos povos Amazônicos? Hoje vi um protesto ridículo de populações de cidades madeireiras, instigados pelos donos de serrarias a agredirem fiscais do IBAMA. Além de serem massa de manobra, mal sabem que a atividade madeireira predatória esgota-se tão logo a floresta acaba, e isso acontece em menos de uma década em certos municípios. Aí só resta pobreza, crime e destruição. Por quê não pensar em emprego para sempre para estas populações?? Até elas não enxergam isso. Destruindo a floresta desta forma estão dando "tiro no pé". É uma economia suicida.

Portanto a solução passa por criar e incentivar novos mercados, um novo capitalismo sustentável ecologicamente. Muitas empresas adotam estas práticas, até porque elas dão lucro!
Outro exemplo seria incentivar a industrialização e até a exportação do pinhão, fruto da quase extinta araucária angustifólia. A procura por pinhões incentivaria o plantio de araucárias e a preservação das que produzem-os. O fruto deveria valer mais que a madeira. Para tanto, é preciso agregar valor ao mesmo. Criar mercados. Assim previne-se a extinção.
E por aí vai. O ambientalismo precisa é ser mais capitalista, aliar-se ao capital. Natureza viva dá dinheiro! É só o Brasil acordar para isso e investir! Sem esperar por governos, que demoram muito. A iniciativa privada chega mais rápido!


domingo, 17 de fevereiro de 2008

AJUDA ESTRANGEIRA : SIM OU NÃO?

Muitos consideram este assunto como um tanto delicado. Alguns evitam até mesmo tocar nele. E ao tocarmos neste assunto já nos vêm à mente aqueles comentários como "A Amazônia é nossa", alimentados por boatos de que os Estados Unidos e outras potências possuem planos de internacionalizá-la, que as ONGs estão cheias de agentes infiltrados em meio à selva, que em algumas tribos os indígenas só falam inglês e mais um monte de "lendas urbanas" (ou seriam "lendas selvagens") que entopem nossas caixas de emails ou ouvimos aí pelas ruas.

Não sabemos qual a veracidade destas lendas, mas uma coisa nós sabemos que é verdade: o Brasil não soube e não sabe cuidar da Amazônia! As terras estão entregues ao "Deus dará", tudo se faz por lá, nada se respeita, não existe lei, não existe estado e nada se faz para mudar isso além de discursos muitas vezes cínicos de nossos (des)governantes.

É claro que existem exemplos que deram certo em meio à selva, como reservas extrativistas bem administradas e que preservam o meio-ambiente, ou mesmo o pólo tecnológico de Manaus, que gera renda e evita a destruição da floresta no Estado do Amazonas, por manter grande parte de sua população empregada na capital, e não em meio à floresta.

Mas ainda falta muito para ser feito, embora idéias não faltem. Agora não podemos recusar ajuda internacional para a Amazônia. O atual governo recusa-a veementemente, em nome de um falso patriotismo. Alegar que os países desenvolvidos é que precisam poluir menos, porque sempre poluíram a Terra. Esta é a alegação mais fora de propósito que já ouvi. É óbvio que eles precisam reduzir seus níveis de poluição. Mas não é porque eles não vão reduzir que nós aqui ficaremos de braços cruzados. Afinal de contas, o Brasil já é o quarto maior poluidor. E a maior parte desta poluição provém das queimadas justamente aonde?? Na Amazônia!! Então é hora de nos movermos para reverter este quadro extremamente danoso ao planeta!

Acredito que toda ajuda seja bem-vinda. Existem fundos disponíveis no planeta. Se entidades internacionais pudessem comprar áreas na Amazônia para serem preservadas e bem administradas, ÓTIMO! Mas aí chegam aqueles "defensores da soberania", dizendo que o território nacional está sendo entregue aos estrangeiros, etc. Bem, se nas mãos dos brasileiros este território não foi bem cuidado, o que pode ser pior? E por aí vai, financiamentos à reservas florestais, financiamento para replantio de espécies nativas, tudo com certificação e fiscalização.. sobram idéias, sobra também burocracia ("burrocracia") contra elas.

Da nossa parte, como "meros mortais", o que cada um pode fazer? O consumidor tem muito poder nas mãos e pode fazer muito também, não comprando produtos provenientes dos desmatamentos ilegais. Se não houver o consumidor, não haverá o traficante seja lá do que for! Pra quê construir sua casa ou comprar seus móveis com madeira (fora) da lei proveniente da Amazônia? Exija e compre madeira certificada ou plantada! É possível reverter a situação planetária mudando hábitos e sem abdicar de nosso conforto, porém impactando menos na natureza.

Continuaremos esta discussão ainda, mas já dá pra ir pensando à respeito!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O santuário profanado

Este é o editorial do ESTADÃO (jornal O Estado de São Paulo) que saiu hoje, quinta-feira, dia 14 de Fevereiro de 2008, ainda falando sobre a questão dramática da Amazônia e a negligência e o cinismo explícito de nosso presidente e de sua equipe em relação a isto.
Eu não teria nada a acrescentar ao Editorial, por isso achei de suma importância reproduzi-lo aqui.
Boa leitura!


O santuário profanado

Em fins de janeiro, quando saíram as mais recentes estatísticas sobre o desmatamento da Amazônia, mostrando que a derrubada voltara a aumentar nos últimos cinco meses de 2007, revertendo a tendência dos três anos anteriores, a primeira reação do presidente Lula que chegou a conhecimento público foi a de convocar uma reunião ministerial, em caráter de urgência, e de anunciar medidas duras contra os presumíveis responsáveis pelo estrago. Não se sabe o que aconteceu em seguida na intimidade palaciana, mas o fato é que, passado um punhado de dias - e de novo parecendo justificar a sua auto-avaliação como a 'metamorfose ambulante' celebrizada pelo compositor Raul Seixas -, Lula deu de soltar o verbo para cima da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em plena queda-de-braço com o seu colega da Agricultura, Reinhold Stephanes, sobre a validade dos novos dados e as causas do surto que neles se exprimia.

Com efeito, nunca antes na história do seu governo, o presidente desautorizara a sua colaboradora - ou qualquer outro deles - com palavras tão acintosas. Primeiro, ele a acusou de fazer um alarde comparável ao do portador de um 'tumorzinho' que não espera a biópsia para se declarar canceroso. Horas depois, rebaixou o 'tumorzinho' à 'coceira' que, pelo desconforto que provoca, leva o paciente a se imaginar vítima de grave doença. Não obstante, como é do seu feitio, para agradar ao outro lado, Lula não deixou de considerar preocupante o aumento do desmate, advertindo que o governo não será tolerante com 'essa gente' que derruba árvores ilegalmente. Até o mais distraído dos brasileiros, porém, terá percebido que o que Lula pensa verdadeiramente do problema estava no carão passado à ministra - e na sua solidariedade com o 'parceiro' Blairo Maggi, o rei da soja que governa Mato Grosso, outro inimigo de Marina.

Tanto assim que, no encontro de terça-feira com o presidente francês Nicolas Sarkozy, na fronteira do Brasil com a Guiana, Lula fez questão de assinalar o seu distanciamento 'daqueles que defendem a Amazônia como um santuário da humanidade'. Afinal, argumentou, 'do lado brasileiro moram 25 milhões de pessoas que querem trabalho, comer, ter carro e acesso aos bens produzidos'. A seguir, para francês ver, tornou a recitar o lugar-comum sobre o desafio de desenvolver a região 'levando em conta a questão ambiental'. Ora, não é possível que o presidente não saiba que o retrato da Amazônia como um santuário é uma caricatura das preocupações dos ambientalistas e de todos quantos se alarmam, a justo título, com os efeitos do desflorestamento para a elevação dos níveis de gás carbônico na atmosfera, comprovadamente associada ao aquecimento global. A Amazônia, toda ela reserva ecológica intocável, é, hoje em dia, uma fantasia restrita às franjas radicais dos movimentos verdes - como tal, uma irrelevância.

Os estudiosos do ambiente que têm a cabeça no lugar e conhecimento da realidade amazônica já produziram pencas de estudos sobre a sua viável ocupação econômica diferenciada. Se fosse o caso, o presidente poderia aprender com cientistas brasileiros do quilate do físico José Goldemberg, por exemplo, quanto é simplória, além de irreal, a dicotomia entre a Amazônia santuário e a Amazônia aberta à exploração desbragada. Mas não é o caso. Para bom entendedor, a começar do que outrora se chamavam 'classes produtoras', o que Lula efetivamente disse anteontem em Saint-Georges do Oiapoque é que ele não está nem aí para os riscos ecológicos da colonização cega da Amazônia.

Para que não paire dúvida sobre isso, no mesmo dia em que Lula profanava o santuário amazônico, seu ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, prometia aos produtores rurais, apontados como os grandes responsáveis pelo desmatamento, que não vai abandoná-los. 'Ele concorda com as nossas posições e disse que o decreto tem de ser revisto', disse o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso, referindo-se ao Decreto 6.321 publicado no final de 2007, que, segundo ele, 'na prática proíbe novos desmatamentos na Amazônia Legal'.

Como sempre acontece nesse governo, em que um ministro não sabe o que o outro faz - como ele próprio já disse -, obrigado a decidir a luta entre dois ministros, Lula deu a vitória a Stephanes. Por pontos, por enquanto.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

NOVO ABSURDO:Anistia aos desmatadores!

Caros amigos,
Não conseguimos imaginar a que ponto chegam os absurdos deste (des)governo.
Como já mencionei anteriormente, eu queria me limitar a discutir apenas meio-ambiente neste espaço. Até porque sabemos que a destruição da natureza independe de governos ou regimes políticos : é da natureza humana destruir tudo a sua volta.
Nós não deveríamos nos surpreender com notícias como a de hoje (domingo, 10 de fevereiro de 2008) no jornal O Estado de São Paulo: "Governo vai anistiar desmatador e reduzir áreas de preservação"
Precisa dizer mais alguma coisa? Simplesmente o governo irá ajudar estes criminosos a regularizarem a documentação das terras que eles pilharam e devastaram, obrigando-os a reflorestarem 50% delas, o que na prática, bem sabemos, acaba não acontecendo (ou então acontece, mas com eucalipto e outras espécies não-nativas do local). Com isso
o governo vai legalizar em torno de 220 mil quilômetros quadrados de Amazônia desmatada ilegalmente, uma área correspondente à soma dos Estados do Paraná e Sergipe!
Mais uma vez premia-se a ilegalidade "nesse país". O mesmo ocorre em nossas grandes cidades, onde áreas de proteção são invadidas criminosamente por favelas, que acabam com as matas nativas e os mananciais de água potável, e, anos depois, o governo regulariza estas áreas, quando devia esvaziá-las, são áreas de preservação que, se intocadas, beneficiam populações de milhões de pessoas! Da mesma forma que a Amazônia em pé beneficia a todo o mundo!

Caros amigos,
Para continuar a ler este e outros textos, gostaria que vocês conhecessem este livro.
Ele possui todos os TEXTOS deste blog REVISADOS E AMPLIADOS , bem como TEXTOS INÉDITOS também!
O livro "REFLEXÕES ECOLÓGICAS EM UM MUNDO INSUSTENTÁVEL" vocês podem adquirir clicando na imagem acima, no site CLUBE DE LEITORES.

Os leitores que quiserem guardar este conteúdo em sua biblioteca ou mesmo dá-lo de presente a amigos, eu ficarei bastante honrado!

A luta do BLOG TREES FOREVER por um mundo mais sustentável e por governos mais sérios e atuantes na área ambiental vocês já conhecem. Esta luta é de todos nós e eu agradeço muito por estes quase dois anos de convivência aqui neste ambiente virtual!

Se possível, por favor ajudem-nos a divulgar este livro, enviando o site abaixo a seus amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares, etc.:

http://clubedeautores.com.br/book/9850--REFLEXOES_ECOLOGICAS

Um forte abraço a todos e muito obrigado!!

Gabriel Bertran

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Parafraseando José Goldemberg

Dando continuidade ao triste assunto do desmatamento na Amazônia, que como sempre aumentou, estamos carecas de saber, eu não poderia deixar de citar os comentários, como sempre lúcidos, do físico José Goldemberg, publicados no jornal O Estado de São Paulo desta sexta-feira, 1º de Fevereiro de 2008.
Não teria muito a acrescentar ao que ele diz e, por serem bastante elucidativos, cito aqui alguns trechos:
"
O professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-ministro de Ciência e Tecnologia José Goldemberg defendeu ontem o trabalho do Inpe ao divulgar informações sobre uma recente alta do desmatamento na Amazônia. “Está ocorrendo uma desqualificação do trabalho do Inpe. Por que não reclamaram quando a taxa estava caindo?” "

Eu não gostaria de me aprofundar no assunto política, pois nosso blog refere-se a meio-ambiente, mas não podemos deixar de reparar que neste (des)governo lulla, quando os números são favoráveis a elles, sua máquina de propaganda não perde tempo em alardear vitórias (que na maior parte das vezes inexistem e, quando existem, devem-se mais a outros fatores e não ao 'trabalho' delles). Agora o pior de tudo é quererem desqualificar o trabalho de uma instituição científica, no caso o INPE, que possui reconhecimento internacional e diversas pesquisas publicadas, colocando toda a culpa pelo desmatamento nestes números! É mais um sinal do desprezo que o lulla nutre pelo conhecimento e pelas pessoas que dedicam anos e até vidas a adquiri-lo!

Finalmente, é uma forma muito simples de lidar com um problema complexo, que é o desmatamento da Amazônia, o qual o próprio lulla qualifica como uma "ferida", quando já passou da fase de tumor maligno e está se tornando metástase, pois espalhou-se por toda a região e alastra-se de forma destrutível e já incontrolável. E isso não é fazer alarde! É ser realista! E ninguém melhor que os cientistas para provarem o que a realidade nos mostra, escancaradamente!

Em relação às atitudes do presidente, novamente José Goldemberg demonstra sua lucidez, como vocês podem conferir em mais este trecho da reportagem do Estadão:
"
Em relação às críticas feitas anteontem por Luiz Inácio Lula da Silva, ele acha que o presidente está “fazendo o que não se vê desde a Antiguidade: matando os mensageiros”. Segundo Goldemberg, o trabalho do Inpe é “cuidadoso e um erro cometido não significa que todo o trabalho esteja errado sempre”."

Eu não teria o que acrescentar a esta definição do que ocorre, do descaso deste (des)governo com uma questão tão séria. É mais fácil para elles censurarem os números e até desmoralizarem os que chegaram a eles, através de complexas análises de imagens de satélite.
Agora não adianta fugir da questão principal: estes números mostram um pouco do que já perdemos de cobertura vegetal, de biodiversidade. Com certeza perdemos muito mais. E não se trata de meros números. São milhares de árvores, animais, plantas perdidas (algumas espécies sequer foram estudadas), para sempre. Pois dificilmente os responsáveis serão punidos, visto que quase tudo lá na Região Norte é feito ilegalmente e a legislação brasileira pode até ser rigorosa, mas não se aplica. E mesmo se fossem punidos com multas ao menos, governo nenhum nunca se preocupou em recuperar áreas desmatadas.
O pior de tudo é que, enquanto fica-se brigando por números (alguns governadores e prefeitos querem "revogar" estes números), a floresta continua caindo. Tecnologia existe para georreferenciar tudo por lá. O que falta é ação, é mandar recursos materiais e humanos para a região, para efetivamente fiscalizar, autuar e impedir novos crimes. A floresta está entregue a todos que quiserem pilhá-la. E a mentalidade brasileira, desde a colonização, sempre foi esta: a de esgotar os recursos naturais de determinado local e depois abandonar a terra arrasada, para reiniciar o ciclo em outro local. Mas uma hora a floresta acaba. E ate´ lá sera´ que teremos ar para respirar e água para beber?