quarta-feira, 10 de março de 2010

A incorporação da sustentabilidade no dia-a-dia

Alguns classificam como um modismo, outros a usam como marketing, muitos questionam sua real aplicação e seus efeitos; mas a verdade é que a palavra “sustentabilidade” precisa ser considerada em nossas vidas pessoais e profissionais, no contexto do mundo atual, em que é mais que provado o fato da ação humana transformar, de forma significativa, o funcionamento da vida na Terra.

Por mais que os efeitos da ação humana nas mudanças climáticas estejam sendo questionados e o IPCC (Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas) esteja desmoralizado até pelo fracasso da COP-15 em 2009, a verdade é que todos corremos grandes riscos se não fizermos nada para ao menos parar ou reverter o processo de aquecimento global causado pela ação humana. O contexto não é apenas global, mas muitas vezes localizado, como é o caso dos mais de 48 dias de chuvas intensas, causando inundações e muita destruição em São Paulo neste início de ano. O microclima da metrópole, influenciado não só pelas condições atmosféricas, mas também pela ampla área impermeabilizada por concreto e asfalto, a ausência de áreas verdes, as construções irregulares em encostas, a diminuição das áreas dos cursos d´água e diversos outros fatores que, aliados à poluição, aumentam, e muito, a intensidade das chuvas; além de dificultarem seu escoamento. Este é apenas um dos inúmeros exemplos localizados que acontecem mundo afora, mas que afetam diretamente a vida de milhões de pessoas. Os prejuízos são incalculáveis a muitas famílias e empresas, o que nos leva a concluir que preservar o meio-ambiente também faz bem ao bolso!

A falta de planejamento muitas vezes nos causa tantos transtornos atuais. O desenvolvimento a qualquer custo, tão em voga nos anos 60 e 70, hoje já não se aplica, pois percebe-se nitidamente o rápido esgotamento de diversos recursos naturais. Precisaríamos de 3 a 4 “Planetas Terra” se todos os habitantes do globo tivessem o mesmo nível de vida (insustentável) de um norte americano. Esta é, afinal de contas, a aspiração de muitos. Com toda razão, temos que progredir materialmente. Como conciliar isto com a sustentabilidade?
Acontece que muitas pessoas têm a visão de que ser sustentável significa sacrifícios imensos à vida de cada um e ao trabalho. Privação de conforto, etc. E não é o caso. Muitas vezes pequenas atitudes fazem a diferença, além de até melhorar a vida do cidadão e do planeta de um modo geral. Além de tudo, quando incorporadas ao dia-a-dia, elas passam a ser “automáticas”, passando-se até de forma quase despercebida. Exemplos que não custam muito não faltam, tais como a separação do lixo para reciclagem, a economia de energia (desligamento e troca de lâmpadas por mais econômicas), a manutenção de áreas verdes permeáveis nas propriedades rurais e urbanas e mais uma infinidade de pequenas atitudes que qualquer família ou empresa pode tomar. Isso sem contar todos os processos que podem ser melhorados dentro de uma empresa e que muitas vezes geram economia a ela. A geração renovável de parte da energia numa indústria, só para citar um exemplo (a partir de resíduos, solar ou eólica, dependendo da disponibilidade) ou mesmo a venda desses resíduos para recicladoras desafogam o caixa no final das contas. Além de reduzirem seu impacto global, geram recursos ou, no mínimo, economia financeira. A contrapartida do Estado, com políticas que fomentem a sustentabilidade em setores como energia, transportes, indústria, agricultura, etc. é fundamental. Tais atividades benéficas devem ser incentivadas. E nós devemos cobrar nossos governantes.

Estes são sinais de uma nova economia que está se descortinando. Um novo capitalismo que devemos aplicar como fator de transformação, em busca de uma “eco economia”. Uma economia que pense de forma cíclica, e não linear como sempre pensou-se até bem pouco tempo atrás. Ao invés de pensarmos no processo produtivo começando na matéria prima e terminando no lixo, temos que pensar no destino deste resíduo não como o final do processo, mas colocando-o num ciclo infinito. Isto não é nenhuma novidade, pois a natureza sempre agiu desta maneira. E nós todos, como sendo parte dela, por que não pensarmos desta forma, em tudo? Tudo se transforma, nada se perde. Tudo o que queimamos, processamos ou mesmo jogamos fora continua aqui, nesta esfera onde habitamos. Por que, então, não gerenciarmos todos estes recursos de uma forma mais racional, para que nossas gerações possam habitar este lugar de forma mais saudável, ainda por muito tempo?

Um comentário:

Designer Marcio Dupont disse...

Oi gostaria de divulgar o seguinte curso sobre design de embalagem sustentável no idds-São Paulo.

Mais informações no site: http://www.idds.com.br

Obrigado desde já.